Share this
A Primeira-Ministra, Benvinda Levi, procedeu esta Terça-feira, o lançamento oficial da Conta Satélite da Economia Azul de Moçambique, um instrumento estatístico que permitirá medir, de forma estruturada e transparente, o real contributo das actividades marítimas e aquáticas na economia nacional.
Na sua intervenção, Levi destacou que esta iniciativa marca uma etapa importante para a divulgação acessível e fiável de informação sobre a economia azul, sublinhando que, pela primeira vez, Moçambique passa a dispor de uma ferramenta específica para a colecta e análise de dados económicos ligados ao mar e às águas interiores.
Segundo os dados preliminares recolhidos entre 2019 e 2023, cerca de 11% do Produto Interno Bruto (PIB) do país teve origem em actividades relacionadas à economia azul, com destaque para a pesca e aquacultura, exploração de hidrocarbonetos, energia hidroeléctrica e turismo costeiro e marítimo, sectores que, juntos, representam mais de dois terços da contribuição total.
“As actividades desenvolvidas no mar e nas águas interiores são pilares essenciais da nossa economia”, afirmou a Primeira-Ministra, acrescentando que a Conta Satélite permitirá ao Governo formular políticas mais eficazes para o desenvolvimento económico, a equidade social e a preservação ambiental.
A ferramenta, concebida pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) em coordenação com o Ministério da Agricultura, Ambiente e Pescas e o Fundo de Desenvolvimento da Economia Azul (ProAzul), contou com o apoio de parceiros de cooperação e visa reforçar a transparência e a base de planificação do desenvolvimento sustentável.
Levi sublinhou que a operacionalização da Conta Satélite dependerá do envolvimento activo de diversos sectores, incluindo instituições governamentais, empresas privadas, associações, universidades e centros de pesquisa. Estes serão responsáveis pela recolha, validação e disponibilização regular de dados sobre produção, emprego, investimento e comércio ligados à economia azul.
“Os dados desta conta servirão para planificar e mobilizar mais investimento público e privado, de modo a maximizar o uso sustentável dos nossos recursos oceânicos e lacustres”, disse, encorajando também o sector financeiro a considerar a economia azul como uma oportunidade de investimento rentável e sustentável.
Segundo a ministra, Moçambique possui cerca de 600 mil quilómetros quadrados de águas marítimas e interiores, que sustentam diversas actividades socioeconómicas desde a pesca e aquacultura à produção de energia renovável, exploração de hidrocarbonetos, lazer, cultura e turismo responsáveis pela geração de emprego e renda para milhões de moçambicanos.



Facebook Comments