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O Ministro da Agricultura, Ambiente e Pescas, Roberto Mito Albino, defendeu esta quarta-feira, na cidade da Beira, a transformação da aquacultura num verdadeiro negócio nacional, capaz de fortalecer a cadeia de valor e contribuir de forma directa para a agenda governamental de alimentar país e garantir a segurança alimentar e nutricional.
Roberto Albino falava durante a abertura da Reunião Nacional de Aquacultura, realizada sob o lema “Por uma aquacultura desenvolvida e sustentável: Histórias de Sucesso, Desafios e Oportunidades”, o governante afirmou que o país precisa de estruturar este subsector “de forma robusta, moderna e orientada para o mercado”.
Para impulsionar este desenvolvimento, Roberto Albino apontou a necessidade de investimentos em toda a cadeia de valor, desde a melhoria dos tanques piscícolas e da qualidade da água, até à produção de alevinos, oferta de ração a preços acessíveis, cumprimento das normas sanitárias, maneio adequado, colheita e processamento. Sublinhou ainda que esta evolução exige reformas profundas que reestruturem o subsector.
“Temos muitas partes a faltar. Temos que entrar em qualquer loja de insumos agrícolas e encontrar lá o que precisamos, sem precisar de fazer ginástica”, declarou.
O Ministro destacou igualmente a importância da assistência técnica especializada, defendendo a criação de uma rede nacional de extensionistas dedicados exclusivamente à aquacultura. Para tal, apelou ao reforço da formação contínua, capacitação técnica e intercâmbio internacional, de modo a dotar estes profissionais de competências para apoiar efetivamente os piscicultores.
No seu discurso, reforçou também que a aquacultura deve assumir-se como uma fonte acessível de proteína animal para os moçambicanos.
“A aquacultura deve ser a fonte da proteína mais barata para o nosso povo. Se fizermos aquacultura de forma comercial, reduzindo os custos da ração e adoptando técnicas apropriadas, podemos garantir a proteína animal de que o país necessita”, afirmou.
O dirigente revelou que o potencial produtivo nacional é estimado em cerca de quatro milhões de toneladas por ano metade proveniente das águas interiores e a outra metade das águas marinhas mas alertou que a produção actual está bastante aquém dessas capacidades.
Sobre o camarão de aquacultura, recordou que a produção industrial atingiu cerca de 670 toneladas em 2010, antes de cair drasticamente até 2022, devido ao surto da doença da mancha branca, situando-se então nas 190 toneladas. Já na produção de peixe de água doce, a pesca artesanal e de pequena escala tem mostrado evolução positiva, passando de cerca de 260 toneladas em 2010 para perto de 2.700 toneladas em 2022.
Roberto Albino reiterou que a prioridade do Governo é combater a fome e a desnutrição através do aumento da produção e produtividade, bem como da melhoria da dieta alimentar, com especial enfoque no consumo de pescado. Neste sentido, assegurou que o Programa de Aceleração da Produção Pesqueira poderá ter um papel decisivo no cumprimento das metas nacionais.( Edmilson Mate )



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