Inauguração da fabrica de processamento de gás é início do fim de  décadas de exportação em bruto –  Daniel Chapo

DESTAQUE ECONOMIA
Share this

A inauguração da primeira unidade de produção e processamento integrado de gás de cozinha no distrito de Pinheçorro, província de Inhambane, foi descrita esta terça-feira como um “marco histórico da soberania energética nacional” pelo Presidente da República, Daniel Chapo, que discursava na presença de altas individualidades do Estado e de representantes do sector industrial.

Na cerimônia, Daniel Chapo destacou a importância estratégica do empreendimento, inserido no contrato de partilha de produção celebrado entre o Governo de Moçambique e o consórcio sul-africano liderado pela Sasol.

“Este empreendimento é mais do que uma obra física. É a expressão da nossa determinação em deixar de exportar matérias-primas e importarmos produtos mais caros já transformados. Hoje começamos a dar passos concretos rumo à nossa independência económica e soberania estratégica”, afirmou o Chefe de Estado.

O Presidente sublinhou igualmente o papel histórico da África do Sul no apoio às lutas de libertação da região austral, reforçando a honra da presença do líder sul-africano no evento, tratado por Chapo como “irmão mais velho”.

“A sua presença hoje não é apenas diplomacia. É a reafirmação viva de uma história de luta, de solidariedade e de uma visão de liberdade e desenvolvimento que construímos juntos”, disse, arrancando aplausos da plateia.

80% dos empregos gerados foram ocupados por mão de obra local

Daniel Chapo frisou também o impacto social da obra. Mais de 1.685 empregos foram criados durante a fase de construção do empreendimento, sendo que 120 postos de trabalho permanecerão activos na etapa de operação permanente. O líder garantiu que, desse volume, mais de 80% da força laboral contratada é local, oriunda de distritos como Inhassorro, Guvuru, Vilankulo, Massinga e outras regiões da província de Inhambane e do país.

“Cada projecto estratégico deve deixar benefícios tangíveis para as comunidades”, defende, destacando que além da geração de empregos, o presidente enumerou benefícios sociais já implementados, com destaque para a construção de uma vila residencial com cerca de 45 casas, a requalificação de uma escola primária local com 12 salas de aula, bloco administrativo, campo desportivo e residências para professores, além da assinatura de novos acordos quinquenais de desenvolvimento comunitário para a região.

O Chefe de Estado ressaltou que a produção local do gás de cozinha poderá reduzir significativamente a dependência do uso de lenha e carvão no país, o que representará ganhos ambientais e maior protecção das florestas.

“Levar o gás de cozinha a cada lar moçambicano não é apenas logística. É um acto de humanidade nacional, de dignidade e saúde pública, e uma forma de proteger o meio ambiente”, enfatizou.

 “A SADC cresce sempre junta”

No encerramento da intervenção, Daniel Chapo reafirmou o compromisso de continuidade da cooperação com a África do Sul e com a região da SADC, bloco que o Presidente referiu repetidamente como prioridade de integração económica e social.

“Vamos continuar unidos e a trabalhar lado a lado para desenvolver Moçambique, desenvolver a África do Sul e fortalecer a região da SADC. Estamos a preparar o país para os próximos 50 anos”, concluiu.

Ramaphosa diz que é uma infra-estrutra crítica para os dois países e para a região

Por seu turno, o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, elogiou o Governo de Moçambique e a petrolífera Sasol pela construção da nova Unidade de Processamento Integrado de Gás inaugurada no distrito de Inhassorro, província de Inhambane, classificando a visita oficial ao país como “significativa” e de grande simbolismo para a cooperação bilateral e regional.

Cyril Ramaphosa desembarcou em território moçambicano no dia anterior e participou do evento ao lado do Presidente da República, Daniel Chapo, de ministros, gestores do sector energético, ENTRE OUTROS.

“Estou aqui desde ontem, e a nossa visita a Moçambique tem sido bastante significativa. O lançamento oficial desta infraestrutura de processamento integrado é resultado de um esforço colaborativo e de longas relações entre os nossos dois países”, afirmou Ramaphosa, em declaração proferida minutos após a cerimónia de corte da fita.

O chefe de Estado sul-africano FELICITOU o Governo de Moçambique e a Sasol pelas obras realizadas no âmbito do Acordo de Partilha de Produção (PSA), destacando a importância do complexo para a segurança e diversificação energética da região austral.

“Este empreendimento reforça a nossa segurança energética. Parabéns ao Governo de Moçambique e à Sasol pela realização desta infraestrutura, que é crítica para o desenvolvimento social e económico”, sublinhou o presidente sul-africano.

Impacto local e compromisso ambiental

O presidente reconheceu o papel comunitário e provincial na viabilização do investimento, mencionando a articulação com principais distritos da província, autoridades tradicionais e administrações locais.

“É maravilhoso ver o acolhimento dos moçambicanos, sempre com um sorriso e espírito de colaboração”, disse.

Ramaphosa reforçou ainda que a exploração dos recursos deve beneficiar directamente os povos e ser feita de forma ambientalmente sustentável.

“Devemos garantir que as actividades industriais sejam ambientalmente favoráveis. E entendo que este projecto é um exemplo de boa gestão ambiental e responsabilidade social”, concluiu.

Promo������o
Share this

Facebook Comments