O pano caiu: Uma semana de dança contemporânea marcou a cidade de Maputo

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Decorreu de 24 a 30 de Novembro uma das maiores plataformas de dança contemporânea, da região e de África, na da cidade de Maputo. A 11ª edição da bienal KINANI – Plataforma Internacional de Dança Contemporânea, foi uma semana de dança e troca de experiências, em que a cidade de Maputo demostrou, mais uma vez, o seu potencial não só a nível de organização, mas também a nível artístico; este facto, constatou-se através do nível de programadores que vieram para assistir ou acompanhar esta bienal e o interesse em comprar os espectáculos que serão apresentados para outras bienais.

O KINANI abriu os espetáculos com a Peça Dzudza do coreografo Idio Chichava; que é uma performance que capta a vibração de um espaço onde culturas e histórias se cruzam. Misturando tradições culturais, ritmos urbanos e cânticos religiosos de resistência, Dzudza transforma o palco num mapa vivo de memória e presença. E fechou em grande com uma peça sul Africana da Mamela Nyamza, intitulada THE HERD/LESS WALKING ON TIN-SHELLS (THE HERDLESS) que explora o duplo significado de “rebanho”: um símbolo de harmonia colectiva, mas também de controlo e submissão. A peça confronta a ilusão de um mundo belo, revelando a vulnerabilidade, a brutalidade e a generosidade que coexistem dentro de um colectivo controlado.

Além de dança esta edição contou na sua programação o evento Cena aberta, que tinha como objectivos abrir caminhos para a internacionalização da criação artística, promover intercâmbio entre artistas moçambicanos e especialistas internacionais, reforçar a visibilidade da arte nacional e fortalecer as companhias de dança. Temas  que foram abordados nas mesas redondas: Corpos em Diálogo: Memória, Resistência e Transformação; Curadoria e Criação em Contexto Actual: Trajectórias, Desafios e Possibilidades de Internacionalização; Planos de Formação e Academias para a Dança Estruturação e Montagem de Projectos de Dança Sustentáveis; e  Masterclass: “Coreografia da Produção na Dança”, conduzida

Quito Também, afirmou que se alcançou os objectivos almejados pela Organização da Bienal KINANI, mesmo diante das dificuldades financeiras que a arte enfrenta. Graças ao empenho dos envolvidos, o KINANI aconteceu. Para esta edição houve um denominador comum que é a reflecção dos espaços para as artes, “quisemos para esta edição contribuir para a nossa reflexão coletiva como país e como comunidade das artes”.

KINANI como sempre busca usar os espaços alternativos para reflecção conjunta e encontrar formas de melhorar os espaços que um dia foram lugares de referência, como Cine Africa, Teatro Avenida, Cine-Teatro-Scala, entre outros espaços.

“Deve-se continuar com as iniciativas como KINANI porque há muitos artistas que gostariam de fazer parte para desenvolverem a sua arte. Esta Bienal mostra que em cada edição cresce, reconhece-se com é relevância fazer-se um festival como este no pais como Moçambique e Brasil.  O mundo reconhece a dança que Moçambique vem fazendo, isso é importante, também, destacou-se o espaço aberto para troca de experiências entre os artistas de vários pontos do mundo”, sublinhou Gabriela Goncalves.

Segundo Yuck Miranda, “deu para apreciar a capacidade que KINANI tem de assaltar vários espaços da cidade que viraram absolutamente cemitérios dessas artes, por exemplo estamos aqui no Cine África. Observa-se que KINANI não se limita nos espetáculos que apresenta, também, a ocupação destes espaços, espera-se que se entendam essa mensagem que esta edição transmitiu ao mundo”.

Apesar da falta de estruturas sólidas para sustentar a cultura no nosso país, o KINANI vem quebrando essa narrativa no seio cultural; mostrando desse modo, que a Bienal não é só dança, mas um espaço de convergência entre várias culturas e vários continentes. Uma plataforma que logrou sobreviver por longos anos, e ser um marco ou um fenómeno no cenário artístico e cultural de Maputo e Moçambique, em cada dois anos.

Para esta edição apresentou-se 24 espetáculos e teve-se 100 programadores e dentro eles: coreógrafos, directores de outros festivais, programadores, etc que lidam com a dança. Os artistas vêm em vários países como África de Sul, Angola, Brasil, França, Canadá, Espanha, Ilha Reunião, Maurícias, Noruega, Portugal, Suíça, Tanzânia e outros. Esta bienal continua a manter o seu lugar de mercado, de um lugar de descoberta, de um lugar de encontros.

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