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O Governo da Suécia decidiu, a 04 de Dezembro de 2025, encerrar de forma gradual a sua cooperação bilateral para o desenvolvimento com cinco países, entre os quais Moçambique, até 31 de Agosto de 2026. A decisão, segundo as autoridades suecas, não resulta de qualquer situação específica em Moçambique, mas reflecte a nova prioridade estratégica do país nórdico perante desafios de segurança na sua própria região e a redução global das estratégias bilaterais de ajuda externa.
Edmilson Mate
Em comunicado, o embaixador sueco em Maputo, Andrés Jato, destacou que a medida não põe em causa a relação histórica entre os dois países que datam desde 1975, portanto, a 50 anos. Entretanto, assegura que a embaixada sueca em Maputo permanecerá em funcionamento, assegurando a continuidade do diálogo político e da cooperação multilateral.
“As relações positivas e duradouras entre Moçambique e a Suécia criaram uma base estável para uma parceria renovada. A Suécia orgulha-se do contributo que tem dado ao desenvolvimento de Moçambique. Juntos alcançámos resultados importantes em áreas como energia e clima, saúde e direitos sexuais e reprodutivos, inclusão económica e social, ensino superior, investigação, paz e segurança”, afirmou.
Apesar da suspensão da cooperação bilateral clássica, a Suécia assegura que Moçambique continuará a ser considerado um parceiro estratégico. O governo sueco pretende recentrar as relações futuras em desafios globais comuns e no reforço do comércio e dos investimentos.
Em Outubro deste ano, os dois países assinaram um memorando de entendimento para consultas políticas regulares, com vista a aprofundar o diálogo e a cooperação em temas de interesse mútuo. A ajuda humanitária, uma área onde a Suécia é um dos cinco maiores doadores bilaterais de Moçambique, não será afectada e continuará a apoiar as populações mais vulneráveis.
Ao longo de quase cinco décadas, a Suécia manteve uma presença constante e activa em Moçambique, tornando-se um dos seus parceiros mais fiéis no campo do desenvolvimento. No domínio humanitário, a Suécia figura entre os cinco maiores doadores bilaterais do País, contribuindo de forma significativa para a resposta às crises que afectam as populações mais vulneráveis.
O apoio sueco estende-se também ao sistema das Nações Unidas, onde continua a ser um dos principais financiadores das agências presentes em Moçambique, além de integrar a programação de cooperação da União Europeia.
Desde 1975, estima-se que o contributo total da Suécia para Moçambique ronde os 2 mil milhões de dólares norte-americanos, um compromisso que marcou profundamente sectores como educação, saúde, governação democrática, igualdade de género e desenvolvimento económico local.



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