Traficantes de cornos de Rinoceronte acusam polícia de ter solto cabecilha do crime

SOCIEDADE
  • Após apreensão de troféus polícia e criminosos trocam acusações
  • “Quando chegamos aqui éramos quatro, mas o outro desapareceu aqui no comando”
  • Polícia, agora suspeita, nega tudo

É um caso insólito. O que era para ser uma simples apresentação de três cidadãos acusados de posse de cornos de rinoceronte, acabou resvalando numa troca de acusações entre a polícia e os supostos criminosos. Em causa está o facto de um dos integrantes do grupo, por sinal, o cabecilha ter sido supostamente solto, suspeitando-se que tenha sido mediante pagamento de suborno aos agentes da polícia.

Evidências

Encontram-se detidos, na 2ª esquadra da Polícia da República de Moçambique (PRM), na Matola “D”, província de Maputo, três indivíduos de idades compreendidas entre 28 e 41 anos, acusados de tráfico de cornos de rinocerontes.

Os indivíduos foram surpreendidos por uma patrulha da PRM na posse de dois cornos de rinoceronte que traziam do distrito da Moamba para comercialização na cidade de Maputo. A peça de expediente já foi lavrada e vai seguir trâmites legais com vista a responsabilização dos mesmos.

Os três indiciados confessam o crime, alegando terem agido como intermediários, contudo denunciam uma suposta corrupção dos agentes da PRM que terão, supostamente soltado um dos integrantes da quadrilha, por sinal, o cabecilha.

Segundo os suspeitos, o grupo era composto por quatro elementos, que foram surpreendidos juntos e levados em simultâneo para a esquadra, contudo, misteriosamente, um dos integrantes sumiu depois de ter conversado longamente com alguns agentes.

De pronto, a informação da existência de um quarto elemento que terá sido solto pela polícia foi desmentida pela porta-voz da Polícia da República de Moçambique, na província de Maputo, Carminia Leite, que com a voz algo embargada disse que “é um dado que eles estão a tentar dar, mas a polícia tem a declarar que no momento da detenção eram três indivíduos”.

Mesmo na presença da porta-voz e um contingente de agentes da polícia, os jovens ora detidos mantiveram a sua versão na insistência da imprensa.

“Quando chegamos aqui na esquadra éramos quatro. O que não sabemos é para onde ele foi levado”, disse um dos integrantes do grupo contrariando a polícia, o que gerou um momento de tensão por alguns instantes.

Diante do exposto que é uma prática bastante comum nas esquadras da polícia e na actuação dos agentes do SERNIC, a pergunta que não quer calar é: quem é que está a mentir?

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