Transportadores exigem reajuste da tarifa de transporte de passageiros

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Numa altura em que o preço do barril de petróleo está em queda no mercado internacional, a Autoridade Reguladora de Energia (ARENE), contra todas as expectativas, decidiu manter os actuais preços gasóleo, gasolina, petróleo de iluminação e gás veicular, tendo apenas reduzido o preço de gás de cozinha de 102,02 Meticais para 95,4 Meticais por quilograma. Face a postura da ARENE, os transportadores encabeçados pela Federação Moçambicana de Transportes Rodoviários exigem o reajuste da tarifa, uma vez que não estão a registar lucros.

Texto: Duarte Sitoe

Ao longo do ano em curso, apoiando-se no agravamento do preço dos combustíveis e dos elevados encargos na manutenção das viaturas, os transportadores ameaçaram agravar a tarifa. Aliás, ao nível da Cidade e Província de Maputo os transportadores já haviam chegado a memorando de entendimento com o Governo para o agravamento da tarifa, mas os 50 milhões disponibilizados pelo Banco Mundial para compensar os transportadores travaram o reajuste da tarifa de transporte de passageiros.

Actualmente, o preço médio de barril de crude está a baixo de 100 dólares no mercado internacional, ou seja, 82 dólares. Contudo, essa queda assinalável não foi levada em conta Autoridade Reguladora de Energia (ARENE) que decidiu manter os actuais preços e reduzir apenas o preço de gás de cozinha de 102,02 Meticais para 95,4 Meticais por quilograma.

O anúncio da ARENE foi um balde de água fria para os transportadores que esperavam uma redução do preço dos combustíveis numa altura em que estão em pé de guerra com o Executivo devido a morosidade no pagamento das compensações com o fundo de 50 milhões de dólares alocado pelo Banco Mundial.

Perante o actual cenário, o Federação Moçambicana de Transportes Rodoviários (FEMATRO) observa que os transportadores não estão a ter lucros porque o actual preço do combustível é sufocante.

“A notícia não foi agradável porque o preço do combustível devia descer. O preço actual para nós é sufocante e, tendo em conta que os combustíveis representam 50% dos custos operacionais nos nossos negócios, nós não estamos a ter lucros”, disse Castigo Nhamane. O Presidente da FEMATRO numa entrevista a Carta de Moçambique.

Ainda na mesma entrevista, Nhamane defendeu que a tarifa deve ser reajustada e denunciou que o Governo pagou apenas três meses dos seis prometidos em Julho do ano em curso.

“Em Julho, o Governo garantiu que ia compensar os transportadores durante seis meses. Mas de lá até esta parte, só pagou três meses às cooperativas e os operadores individuais só receberam dois meses, faltando três e quatros meses respectivamente. A tarifa terá de ser reajustada. Isto é negócio e precisa de ter lucros”.

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