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- Depois de Nyusi, quer atribuir Honoris Causa a Marcelo Rebelo de Sousa
- Presidente do CC, Lúcia Ribeiro, será madrinha desta atribuição política
Depois das críticas na polémica atribuição de Honoris Causa ao Presidente da República, Filipe Nyusi, a Universidade Eduardo Mondlane decidiu branquear a sua própria imagem, indicando ao prémio um perfil de uma maior aceitação. Trata-se do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa. O Evidências sabe, apesar do secretismo que norteia o processo, que o evento foi marcado para Junho do ano em curso e terá Lúcia Ribeiro, Presidente do Conselho Constitucional, como madrinha. Interpelado sobre esta agenda, o embaixador de Portugal em Maputo, limitou-se em afirmar que vai ser “um momento alto nas relações bilaterais entre Portugal e Moçambique”.
Duarte Sitoe
Já é um dado adquirido. O Evidências confirmou junto de fontes relevantes dentro e fora de portas que o Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, será atribuído o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Eduardo Mondlane, meses depois da mesma instituição ter atribuído o diploma a Filipe Nyusi, naquilo que na altura foi interpretado como branqueamento de imagem.
Figura que dispensa qualquer tipo de apresentação em Moçambique e na lusofonia, De Sousa, já foi professor na Faculdade de Direito na Universidade Eduardo Mondlane, para além de enquanto presidente português estar a se destacar no aprofundamento das relações com os PALOP, facto que torna a atribuição do título honorífico a Rebelo de Sousa consensual.
Numa breve entrevista ao Evidências, o Embaixador de Portugal em Moçambique, António Costa Moura, confirmou a notícia obtida em primeira mão de fontes próximas do processo, mas diz que os dois países ainda estão em negociações sobre a data em que Marcelo Rebelo de Sousa vai efectuar uma visita presidencial a Moçambique. Mas o Evidências sabe que encima de mesa foi colocada a possibilidade de vir a Maputo em Junho.
“É prematuro falarmos sobre a futura visita do Presidente da República [portuguesa] a Moçambique, porque estamos ainda em fase de negociação com as autoridades moçambicanas sobre a organização da mesma. Portanto, datas logísticas e questões operacionais ainda é muito cedo para falarmos”, disse.
O Embaixador de Portugal em Moçambique confirmou que Marcelo Rebelo de Sousa será Doutor Honoris Causa pela Universidade Eduardo Mondlane e referiu que o acto vai ser um momento alto nas relações bilaterais entre Portugal e Moçambique.
“A verificar-se, e tudo indica que sim, será um sinónimo muito importante de especial laço que une os dois países. Como sabe o professor Marcelo Rebelo de Sousa foi professor de direito e deu durante muito tempo aulas na Universidade Eduardo Mondlane. Encaramos isso como um processo natural e prestigia ambos os países. O doutoramento Honoris Causa é um reconhecimento honorífico que é concedido por uma universidade a uma individualidade que se notabilizaram na área do ensino e da formação, isso encaixa perfeitamente no trabalho que o actual presidente da república de Portugal fez ao longo de muitos anos com a UEM. Portanto a acontecer, e quando acontecer, vai ser um momento alto nas relações bilaterais entre Portugal e Moçambique”, detalhou.
Um consenso para apagar protestos do último Honores Causa
De fontes dentro do processo, o Evidências apurou que a atribuição do título a Marcelo Rebelo de Sousa será apadrinhada pela presidente do Conselho Constitucional, Lucia da Luz Ribeiro.
Igualmente, diferente do último título atribuído ao Presidente da República, Filipe Nyusi, depois de proposto por Manuel Guilherme Júnior, um antigo boy de recados que chegou à reitoria da UEM depois de arranjos políticos, o novo título parece mais consensual e acredita-se mesmo que seja para lavar a imagem da própria instituição.
Numa outra abordagem, António Costa Moura falou da necessidade juventude moçambicana ser autónoma, tendo dado exemplo das regiões que atacadas pelos terroristas.
“Acredito que mais do que criar sonhos putativos sobre eventuais recursos que estão escondidos em baixo da terra é necessário dar emprego as pessoas e ocupar a juventude, principalmente na zona Norte do país, onde os jovens não têm nada para fazer porque não há empresas e não há organizações. Sabemos do esforço que o governo está a fazer para estender a administração do Estado nas regiões que foram alvo dos ataques dos terroristas, mas é preciso que a sociedade se organize e a juventude seja autónoma para não esperar dos subsídios do governo”, sublinha.
O Embaixador de Portugal em Moçambique acredita que com o empoderamento da juventude e das mulheres é possível o país alcançar êxitos no sector da agricultura, uma vez que Moçambique tem terras férteis e forte potencial para a agropecuário.

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