Telma Calisto: “Antes de fazer parte do clube da rapariga, acreditava que teria o mesmo destino das outras raparigas de Matepua”

DESTAQUE SOCIEDADE

O projecto Acelerar o Direito da Rapariga a Educação (ADIRA), implementado pelo Movimento de Educação Para Todos (MEPT) em parceria com a Actionaid Moçambique levou para a Zambézia o club da Rapariga, uma iniciativa que visa consciencializar as raparigas sobre a importância destas estudarem e terem domínio dos seus direitos para não caiam em uniões prematuras e desistência da escola. E foi no distrito de Pebane que Telma se viu longe das estatísticas de gravidezes prematuras.

Telma Calisto tem 12 anos, frequenta actualmente a 8ª classe na Escola Secundária Geral de Mutepua, no distrito de Pebane, na província da Zambézia. Seus pais são camponeses e ela é a única dentre cinco irmãos que teve a oportunidade de participar no clube da rapariga, do projecto ADIRA.

Para ela, a oportunidade mudou sua vida. “foi graças à este clube que passei a ter uma outra visão em relação ao meu futuro, pois até então eu acreditava que o meu final seria semelhante ao de várias outras raparigas do povoado de Napetxé, que casaram antes dos 18 anos, e poucas tiveram a sorte de continuar com os estudos”. Telma acrescenta que, por meio do Clube da Rapariga passou a ter informações essências para decidir sobre o seu futuro; é ali onde conheceu os seus direitos e deveres.

Ela sonha em ser professora e poder ensinar os seus pais a escrever, mas para o alcançar o tão desejado sonho, ela já não pretende casar-se antes dos 18 anos, tal como algumas de suas amigas que deixaram de estudar porque os seus maridos lhes negam esse direito. Mesmo sendo filha de pais camponeses, a adolescente decidiu embarcar na jornada atrás dos seus sonhos, mas nem por isso deixa de ajudar os seus progenitores na machamba, pois é de lá onde vem o sustento familiar e dinheiro para comprar o seu material escolar.

Sempre que pode, Telma encoraja as suas amigas a voltarem para escola: “eu tenho aconselhado minhas amigas a continuarem com os estudos, porque o facto de elas tornarem-se mães não significa que tudo está perdido”.

Importa referir que o ADIRA tem como objectivo melhorar os resultados de aprendizagem para algumas das meninas mais desfavorecidas em Moçambique através da melhoria da qualidade da educação primária e advocacia dos direitos das raparigas à educação e protecção contra a violência.

E o projecto já beneficiou a mais de 3,701 raparigas em cada uma das 12 comunidades desfavorecidas na província da Zambézia, através de abordagem e combate dos principais obstáculos na sua educação.

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