Na sequência da decisão do Tribunal Distrital de Chókwè, na província de Gaza, que deu provimento do recurso da Nova Democracia, ordenando a anulação dos resultados e a repetição das eleições autárquicas, a presidente da Comissão Distrital de Eleições (CDE), Rosa Ananias Monjane Zavale, decidiu unilateralmente submeter um recurso ao Conselho Constitucional, sem que tenha havido uma plenária e deliberação do órgão a respeito. Os restantes membros do órgão agora questionam a sua legitimidade para tomar decisões sem que o órgão tenha se reunido em plenária para deliberar.
Ao que Evidências apurou, o recurso, cuja legalidade agora é posta em causa por ser questionável a legitimidade da presidente sozinha decidir em nome de um órgão colegial, deu entrada na passada quinta-feira, mas a situação está a deixar agastados os outros membros da CDE que até esta segunda não sabiam da existência daquele acto jurídico.
Embora sejam conhecidas as suas ligações com o partido Frelimo, que ganhou as eleições no meio de suspeições, os membros da CDE em Chókwè dizem não perceber qual é o interesse particular da presidente da CDE, pois entendem que um arbitro quando ajuíza uma partida de futebol deve ser neutro e deixar que as equipas em campo joguem e se possível recorram à FIFA para repor a verdade em campo.
Refira-se que este comportamento não é exclusivo de Rosa Zavale, pois na Matola a presidente da Comissão Eleitoral daquela Cidade, também decidiu recorrer da decisão do tribunal usando o nome da instituição, sem que também tenha havido uma deliberação do órgão. Por essa razão, os membros de órgão também recorrem ao Conselho Constitucional para que os actos praticados em seu nome sejam considerados nulos.

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