Director da Cáritas Diocesana alerta que persistem dificuldades na assistência aos deslocados

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Segundo o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) mais de 400 mil pessoas vítimas dos ataques terroristas na província de Cabo Delgado já regressaram as suas zonas de origem, mas quase 820 mil continuam na condição de deslocados. O director da Cáritas Diocesana, Manuel Nota, alerta que persistem as dificuldades de assistência humanitária tanto para a população que se encontra nos centros de acomodação assim como para a que voltou às origens.

Apesar dos êxitos alcandos pelas Forças de Defesa e Segurança no Teatro Operacional Norte, várias organizações humanitárias e investigadores consideram que a situação de segurança ainda instável na província de Cabo.

A eclosão do terrorismo provocou uma crise humanitária sem precedentes naquele ponto do país. Com o restabelecimento da ordem e tranquilidade pública algumas famílias abandonaram os centros de acomodação e voltaram às suas zonas de origem.

No entanto, o director da Cáritas Diocesana, Manuel Nota, alerta que persistem dificuldades na assistência aos deslocados assim como para a população que abandonou os centros de acomodação.

“A situação de apoio humanitário está cada vez mais a ficar complicada por causa da escassez de doadores. Para nós, por exemplo, como Cáritas, estamos com muito poucos doadores e neste momento estou a falar, estamos a implementar três projetos que vão terminar nos próximos meses, não mais em Agosto. Por causa disso, há muita solicitação da população que regressou as suas zonas de origem, que clama pelo apoio que tem sido escasso ultimamente, porque não existe mesmo recurso, não é que falte de vontade das organizações”, declarou Nota citado pelo DW para posteriormente referir que face as últimas incursões dos terroristas há famílias que voltaram aos centros de acomodação.

“E as poucas organizações que se fazem ao terreno concentram-se mais nas vilas em vez de irem para aqueles locais que estão distantes da vila, onde a população saiu. Por muito tempo, esteve nas vilas, mas porque na Vila não se faz machamba e grande parte da nossa população em Moçambique vive na base da agricultura, deslocou-se para as suas zonas de origem. Mas algumas tiveram menos sorte, de voltarem a sofrer ataques e tiveram que se deslocar mais uma vez de lá para outras zonas consideradas seguras”.

O director da Cáritas Diocesana disseque a continuidade da assistência aos deslocados está refém da resposta dos doadores, tendo ainda garantido que um dos actuais desafios da província de Cabo Delgado é a reconstrução.

“Nós temos algumas propostas que submetemos a vários doadores que têm feito a chamada de propostas. Nós submetemos no ano passado, mas até agora ainda não tivemos o feedback. O desafio atual, na verdade, é mesmo a reconstrução. Tentar criar resiliência nas populações que voltaram porque grande parte daquela população estava em situação deslocada já retornou, mas estão a passar muitas necessidades lá. As propostas que nós submetemos era mesmo para ir atender essas pessoas lá no local de regresso, onde eles retornaram. É esse o grande desafio das organizações, porque a população está mesmo a precisar”.

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