Profissionais de Saúde retomam greve na próxima quinta-feira

DESTAQUE SAÚDE SOCIEDADE
  • Governo nem sequer respondeu uma linha do caderno reivindicativo dos profissionais da saúde
  • Unidades de saúde continuam sem medicamentos e outras ficaram sem corrente eléctrica

Em Junho do ano passado, a Associação dos profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) decidiu suspender a greve para dar espaço ao diálogo com o Governo com vista a satisfazer as exigências que constam no seu caderno reivindicativo. A trégua ia até ao dia 05 de Novembro. No entanto, desde a suspensão da greve até esta parte, o Executivo não respondeu nem se quer uma página do caderno reivindicativo dos profissionais de saúde, daí que “com dores nos corações”, anunciaram que vão retomar a greve no dia 28 do corrente mês de Março.

Duarte Sitoe

Novo ano e nova greve dos funcionários e agentes de saúde encabeçados pela Associação dos profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) pelo facto do Governo não tem respondido nem sequer uma linha do seu caderno de reivindicações.

“Esperávamos nós conforme tínhamos entrado em acordo com Governo, que este período serviria para a resolução daquilo que desde junho de 2023 havia sido acordado entre a APSUSM e o governo de Moçambique. Lamentavelmente este período só serviu para comprovar a falta de comprometimento do Governo, contrastando com a nossa posição na medida em que sensibilizados pelo apelo do presidente da república regressamos às nossas actividades nas unidades sanitárias expectantes de que o governo cumpriria com os acordos celebrados. ACSIISM Aquando do anúncio da greve, dissemos em viva voz que as nossas unidades sanitárias se ressentem gravemente da falta de material médico cirúrgico, hospital e cirúrgico”, refere a APSUSM.

Os profissionais de saúde revelaram ainda que o grosso das unidades espalhadadas um pouco por todo país debatem-se com escassez de medicamentos, tendo ainda referido que tendem a aumentar os números dos hospitais que ficaram sem corrente elétrica em consequência do não pagamento das facturas.

“Não há medicamentos até para tratar as doenças mais comuns, luva máscaras, seringas e agulhas, cateteres, papel para imprimir documentos hospitalares e resultados de análises laboratoriais, reagentes de laboratório, combustível nas ambulâncias para transportar os doentes, comida para os doentes e roupa hospitalar para as camas (os utentes ou seus familiares devem trazer das suas casas estes item), diariamente aumenta o número de unidades sanitárias sem electricidade resultante dos cortes efectuados pela EDM em decorrência das dívidas não pagas de electricidade”.

Olhando para os actuais problemas que afligem o Sistema Nacional de Saúde, a Associação dos profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique não tem dúvidas que os governantes, que em caso de doenças recorrem as clinicas privadas, não têm compromisso com um sector vital pra os moçambicanos.

“Achamos nós que esta falta de compromisso se pretende com o facto dos dirigentes quando são acometidos por problemas de saúde recorrerem a clínicas privadas de saúde dentro e fora do país. Então o pacato cidadão sem tais privilégios que fique entregue a sua própria imunidade ou ainda sorte. Mas o direito aos cuidados de saúde condignos não é um favor, constitui um dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e económicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.

Governo usou a regra “dividir para reinar”

Por outro lado, APSUSM reitera que Governo tão pouco se preocupa com a sua força motriz, o funcionário, sendo aquando do dialogo foram alcançados consensos, nomeadamente: Apetrechamento dos blocos operatórios até ao final do mês de Junho de 2023, Disponibilização nas unidades sanitárias de material médico cirúrgico e medicamentos; Associação dos Profissionais de Saúde, Diminuição do desconto imputado ao funcionário estudante a tempo parcial de 15 para 5% do salário , Diminuição do desconto imputado ao funcionário estudante a tempo inteiro de 25 para 15% do salário, Aumento do subsídio de risco dos 5% previstos na TSU para 10% sendo aplicável a todo sector da saúde e Pagamento do subsidio de turno e horas extras.

Ao invés de resolver as inquietações dos profissionais de saúde, o Governo usou a regra “dividir para reinar”, ou seja, pagou este subsídio e reenquadrou na totalidade a apenas um grupo de funcionários em detrimento de todos, daí que a APSUM decidiu retomar a greve por tempo indeterminado.

“Por estes motivos, com dor nos nossos corações viemos anunciar a retoma da greve dos funcionários e agentes de saúde a iniciar no dia 28 de Associação dos Profissionais de Saúde Março de 2024. Informamos que só retomaremos as actividades após a solução dos solidários de Moçambique pontos arrolados”, lê-se no ultimato da APSUM.

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