- Para campanha e pagamento de subsídio aos fiscais de voto
Em todo o país, a Frelimo está a obrigar os funcionários públicos a contribuir com valores monetários para suportar a sua campanha eleitoral. Os valores variam de distrito para distrito mas há casos em que chegam até 30 mil por cabeça, segundo escreve o Centro de Integridade Pública no seu boletim eleitoral (CIP Eleições).
Evidências/ CIP Eleições
No distrito de Tambara, em Manica, por exemplo, as contribuições variam de 1000 a 30 mil meticais. A cobrança é feita a todos os funcionários que ocupam cargos de chefia.
Segundo ilustra uma tabela de contribuições interceptada por aquela publicação, naquele distrito, o funcionário simples paga 1000 MT; os chefes de secretarias pagam 3000 MT, os directores das escolas pagam 5000 MT; os directores dos serviços distritais pagam 12000 MT e administrador distrital paga 30000 MT.
O valor destina-se ao apoio aos esforços da campanha eleitoral em curso, como também ao pagamento do subsídio aos fiscais do partido Frelimo que estarão nas mesas de votação no dia 09 de Outubro.
Recorde-se que o país tem mais de 25 mil mesas de votação, o que exige uma logística colossal para que os partidos políticos possam conseguir garantir o controlo efectivo dos votos, sobretudo durante a votação e contagem no dia 09 e madrugada do dia 10.
Em Maganja da Costa, na província da Zambézia, o valor é de 500 meticais fixos. Ou seja, o partido Frelimo está a obrigar aos directores e pedagógicos das escolas da Maganja da Costa a pagar uma contribuição monetária de 500mt, supostamente para apoiar a campanha eleitoral.
Enquanto isso, segundo escreve a mesma publicação, em muitos distritos do país, os serviços funcionam a meio gás por ausência forçada de funcionários públicos nos seus locais de trabalho para apoiar a campanha eleitoral do partido Frelimo. Por seu turno, os partidos da oposição estiveram ausentes da campanha em muitos distritos.
Em Cabo Delgado, particularmente, na Ilha do Ibo, o Serviço Distrital de Actividades Económicas e Infraestruturas anda abandonado. Os funcionários estão na campanha, conforme se pode ver no vídeo. Este cenário é verificado em todas as províncias do país.
Em Niassa, por exemplo, os funcionários dos serviços distritais e os professores estão em campanha eleitoral, o que obriga à paralisação das actividades.
Em Nampula, algumas escolas da vila de Namapa, distrito de Eráti, estiveram encerradas devido ao envolvimento de muitos professores na campanha eleitoral da FRELIMO. Os directores das mesmas escolas ocupam cargos na Comissão Distrital de Eleições e no STAE distrital.
No distrito de Macate, em Manica, os professores são obrigados a abandonar as aulas para reforçar a campanha do partido Frelimo. Por exemplo, as escolas do posto administrativo de Zembe, no distrito de Macate, estiveram encerradas na quinta e sexta-feira, porque os professores estavam na recepção de Esperança Bias, que chefia a brigada central do partido que estava de visita a Macate.
Os estudantes das escolas primária e secundária do posto administrativo de Zembe, por exemplo, dizem que não estão a ter aulas devido à ausência dos professores. A mesma situação aconteceu em outras escolas no posto administrativo de Zembe.
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