13 Agentes da PRM constituídos arguidos por torturar cidadão até perder a vida

SOCIEDADE
  • Homicídio teve lugar nas celas da 12ª esquadra em Sofala
  • Procuradoria confirma “linchamento” de um cidadão protagonizado pela PRM

Um total de 13 Agentes da PRM, afectos à 12ª Esquadra na cidade da Beira, província de Sofala, foram constituídos arguidos, indiciados da prática de tortura que culminou com o assassinato de um cidadão que estava retido na esquadra, no passado dia 13 deste mês em curso. Como que a procurar encobertar o caso, o Comando Provincial da PRM nega que o finado tenha sido morto por agentes da corporação, alegando que este chegou na esquadra com a saúde debilitada, mas a procuradoria confirmou que o individuo foi linchado pelos agentes da PRM.

Jossias Sixpence -Beira

O Ministério Público instaurou um processo-crime contra 13 agentes da polícia na Beira, acusados de torturar um cidadão de nome Tomás Evaristo até a morte. O cidadão em causa esteve detido na 12ª esquadra durante alguns dias, acusado de pertencer uma quadrilha que tem perpetrado roubos na calada da noite.

Durante a sua estadia nas celas, os seus familiares não foram permitidos fazer visita. A polícia sempre exigia que estes trouxessem medicamentos para o seu familiar, sem, no entanto, explicar o que sente.

“Por várias vezes não fomos permitidos visitar o nosso familiar detido, mas nos últimos dias os agentes da polícia diziam para trazer medicamentos e nos perguntávamos sobre o estado da saúde, mas estes não diziam nada. Como trazer medicamentos, uma vez que ali não é hospital e nem tem médicos”, indagou a família

O Comando Provincial da PRM alega que o agente chegou ao local já com a saúde debilitada e o mesmo terá morrido dias depois quando era evacuado para o hospital, uma versão que não convence nem aos familiares, muito menos ao Ministério Público que confirmou a agressão dos agentes da PRM que culminou em morte e diz ter aberto um processo-crime contra treze (13) agentes da Polícia da República de Moçambique afectos à segunda esquadra, acusados de homicídio agravado, na sequência da morte de um suposto criminoso numa cela, desta unidade policial

Segundo o porta-voz do Ministério Público na Beira, Joaquim Tomo, avança que o processo-crime já está em curso e o Ministério Público, o que confirma que Tomás Evaristo morreu vítima de maus-tratos, quando estava sob custódia policial.

“Até aqui os elementos indicam que ele foi silenciado, foi agredido nas celas. Na noite do dia 13 por volta das 23h, a vítima perde a vida a caminho do hospital, mas o sofrimento foi infligido nas celas da 12ª esquadra”, confirmou Tomo, e manifesta a sua indignação sobre agentes de Estado que torturaram o cidadão e diz ser intolerável, “iremos responsabilizar os agentes de Estado que torturam um cidadão, não vamos tolerar que agentes do Estado que torturem cidadãos, em virtude de ter cometido um crime. Isso seria linchamento e a policia não julga as pessoas, não aplica pena”, acrescentou Tomo.

Neste caso, a fonte da PGR disse ainda que para além dos treze agentes constituídos arguidos numa primeira fase, outros poderão também responder ao mesmo processo, pois investigações continuam ao nível do Ministério Público.

No entanto, outros detidos que estavam na mesma cela com a vítima mortal já foram ouvidos ao que colaboraram com as autoridades da justiça para se esclarecer o caso.

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