Livaningo Impulsiona a Gestão Comunitária de Recursos Naturais em Nampula

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A Livaningo criou este ano, 10 Comitês de Gestão de Recursos Naturais, (CGRNs) nos distritos de Nacala Porto, Ilha de Moçambique, Memba e Mogincual, visando promover a participação activa das comunidades locais na gestão dos recursos naturais, através do fortalecimento da governança local, conservação da biodiversidade, melhoria da qualidade de vida e equidade de gênero.  A iniciativa surge no âmbito do projecto “Wilipihera”: Linha de Vida Costeira – Uma abordagem provincial para o empoderamento das comunidades de pescadores e agricultores para adoptarem soluções baseadas na natureza em Moçambique, que está a ser implementado desde 2023, numa parceria com vários outros actores estratégicos como a ADRA Moçambique, RARE, AMA e, financiado pelo Blue Action Fund (BAF)

Zinérsio Sithoye, oficial de programas da Livaningo, explicou que, os CGRNS actuam como espaços de diálogo e tomada de decisões sobre a utilização dos recursos naturais, promovendo a participação e o empoderamento das comunidades. “A gestão adequada dos recursos naturais garante a disponibilidade de água potável, alimentos e outros recursos essenciais para a subsistência das comunidades, e também a participação equitativa de mulheres nos CGRNs contribui para a promoção da igualdade de gênero e o empoderamento feminino”, referiu.

Os comitês criados são compostos por 30 membros, o que totaliza um universo de 300, incluindo pessoas com deficiência, e apresentam uma representatividade feminina de 50%, tanto na composição, quanto nos órgãos de gestão.

Zinérsio sublinhou ainda que, um mapeamento detalhado realizado pela Livaningo em coordenação com parceiros do projecto Wilipihera, representantes do governo (SDAE e SDPI), lideranças comunitárias e outros stakeholders, revelou que, apesar da pressão sobre os ecossistemas serem cada vez maiores, não existiam comitês de gestão de recursos naturais nas comunidades alvo do projecto. “Essa ausência de mecanismos de controle e participação comunitária torna a conservação ambiental ainda mais desafiadora”, anotou.

Para a Livaningo, a criação dos CGRNs constitui apenas o primeiro passo, tendo em conta que a organização continuará a acompanhar e apoiar esses comitês, oferecendo capacitação em gestão ambiental, liderança e organização comunitária, apoio na legalização ao nível distrital. “Além disso, serão desenvolvidos planos de acção específicos para cada comunidade, visando a conservação dos recursos naturais e a melhoria da qualidade de vida da população.”

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