UE pondera bloquear  financiamento para operações do Ruanda em Cabo Delgado

A União Europeia aprovou, em Novembro do ano passado, um financiamento de 20 milhões de euros para apoiar os militares ruandeses que estão na linha da frente no combate ao terrorismo na província de Cabo Delgado. No entanto, volvidos três meses, a UE pondera congelar congelar o desembolso como forma de pressionar o país presidido por Paul Kagame a cortar o apoio aos rebeldes do M23 na República Democrática do Congo.

Para além de congelar os 20 milhões de euros para as operações do contingente ruandês no Teatro Operacional Norte, a União Europeia sancionou nove pessoas e uma entidade, sendo que os ministros europeus dos Negócios Estrangeiros, suspenderam as conversações com o Ruanda no domínio da segurança.

Relativamente ao diferendo com o Ruanda, a Alta Representante do bloco para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Kaja Kallas, explicou que as medidas anunciadas serão adoptadas no cômputo diplomático.

“A situação é muito grave e nós estamos à beira de um conflito regional. A integridade territorial não é negociável nem na República Democrática do Congo, nem na Ucrânia. A Carta das Nações Unidas aplica-se da mesma forma em todo o lado. Apoiamos claramente os processos de paz de Luanda e Nairobi para atingir resultados através dos meios diplomáticos. Mas estamos também a tomar outras medidas. Desde logo, as consultas entre a União Europeia e o Ruanda em termos de defesa foram suspensas. Há igualmente uma decisão política de fazer avançar as sanções em função da situação no território. Pedimos ao Ruanda para retirar as suas tropas e o protocolo sobre o tratamento de matérias-primas será revisto” disse Kallas.

Refira-se que as sanções contra o regime de Kigali ainda nao foram formalizadas pela União Europeia. Contudo, a Alta Representante do bloco para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, revelou que as mesmas focar-se-ão no Memorando de entendimento assinado, há um ano, entre a União Europeia e o Ruanda.