Ministério dos Negócios estrangeiros não tem informação sobre qualquer apoio prestado a Venâncio Mondlane durante a retenção

DESTAQUE POLÍTICA

O Executivo moçambicano, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (MEC), não consegue reunir informação sobre qualquer apoio que terá sido prestado a Venâncio Mondlane durante o período em que esteve retido em Angola quando viu as autoridades migratórias angolanas a bloquearem a sua entrada naquele país. Quando contactado pelo Evidências, o MEC em Maputo mandou falar com a Embaixada de Moçambique em Luanda, sendo que até ao fecho da presente edição a mesma não prestou nenhum esclarecimento sobre o assunto. Em Maputo, ninguém naquele ministério parecia ter qualquer informação

Face à recusa das autoridades migratórias angolanas da sua entrada naquele País, o ex-candidato presidencial, Venâncio Mondlane ficou retido durante algumas horas, antes de ser deportado para a África do Sul, por sinal onde fez a escala antes de partir com destino à capital angolana Luanda.

Na sua curta estada em Luanda, concretamente no Aeroporto 04 de Fevereiro, Venâncio Mondlane disse que estava na companhia de cidadãos norte-americanos que estavam na mesma situação, sendo que depois da intervenção da Embaixada norte-americana em Luanda foram autorizados a entrar no território angolano.

Em Moçambique, o Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (MINEC) é a entidade responsável por assegurar a representação do Estado moçambicano perante outros Estados e organizações internacionais e regionais, bem como proteger os interesses do Estado moçambicano e dos seus cidadãos no estrangeiro.

Para saber que tipo de apoio foi prestado a Venâncio Mondlane, como cidadão moçambicano com problemas no estrangeiro, o Evidências contactou o Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, em Maputo, que é a entidade responsável por proteger os moçambicanos no estrangeiro, mas a instituição responsável pela diplomacia moçambicana mandou falar com a Embaixada de Moçambique em Luanda.

Para o efeito, um elemento do gabinete de comunicação e imagem do MEC disponibilizou três contactos da Embaixada de Moçambique em Luanda, mas todos estavam incomunicáveis, tendo mais tarde disponibilizado um endereço do e-mail no qual podíamos pedir esclarecimentos em torno do apoio prestado a VM durante o período que ficou retido no Aeroporto 04 de Outubro.

Entretanto, até ao fecho da presente edição, não obstante o envio das questões, a Embaixada de Moçambique em Luanda não prestou nenhum esclarecimento sobre o apoio prestado a Venâncio Mondlane na qualidade de cidadão moçambicano.

Esta não é a primeira vez que cidadãos moçambicanos são retidos e proibidos de entrar em Angola em circunstâncias pouco claras. Em 2011, dois jornalistas moçambicanos foram impedidos de entrar naquele país lusófono. Trata-se de  Joana Maria Macia, do Notícias, e Manuel (Nelo) Cossa do Magazine Independente, os quais se deslocavam em missão de trabalho.

Tal como agora no caso de Venâncio Mondlane, o MINEC não prestou assistência adequada, violando uma das suas principais atribuições.

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