As mentes compradas

OPINIÃO
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Hedson Massinga

A classe académica em Moçambique desempenha um papel vital no desenvolvimento social e político, mas enfrenta desafios e falta de identidade que comprometem a sua capacidade crítica e relevância. A conformidade política, a compra e venda de mentes, a influência da indústria dos lambebotismos e a alienação da sociedade são questões centrais que moldam essa realidade.

É um caos que se avizinha nas nossas academias e a classe pensante se afundado sem precedentes em função dos interesses estomacais. Para se achegar ao banquete há uma condição: ou você joga num clube ou você é vítima de outros clubes. Dependendo da capacidade de contratar, podemos constatar que o clube com mais condições pode suplantar qualquer aniversário.

O comportamento dos media diante destas corporações que definem o que se deve passar é outro ponto. Encontram comunicadores, famintos cheios de interesse que não podem negar há um assédio, de uma corrupção sistemática e bem endémica, onde as informações são negociadas e têm gerado falta de verdade diante de um povo que anseia ver esta classe despida de sutiãs sexuais do poder político e Judicial e administrativo, que afecta dia a dia o desenvolvimento sócioeconómico de um país promíscuo e cheio de vírus da corrupção.

Em um ambiente onde a lealdade à narrativa oficial do sistema é comum, muitos académicos se vêem forçados à conformidade como uma estratégia de sobrevivência. Essa dinâmica é agravada pela prática alarmante de “venda e compra de mentes”, onde intelectuais são cooptados por interesses políticos em troca de benefícios financeiros ou status social. Essa situação compromete a integridade do discurso académico, transformando-o em uma extensão da política e sacrificando o pensamento crítico.

A indústria dos lambebotismos também contribui para esse cenário, onde a bajulação prevalece. A busca por aceitação leva muitos académicos a priorizarem interesses pessoais em detrimento da verdade e da ética, enfraquecendo o potencial crítico da academia. Além disso, a dependência financeira das instituições académicas em relação ao governo gera um ciclo de rotina desafiadora, moldando pesquisas que evitam críticas ao governo ou figuras influentes.

Essa pressão resulta em uma falta de inovação, onde o ambiente conformista inibe a criatividade e impede que questões sociais prementes sejam abordadas eficazmente. A desconexão entre académicos e as realidades sociais cria um abismo que compromete a relevância do conhecimento produzido. Quando as vozes académicas falham em reflectir as preocupações da população, tornam-se distantes e irrelevantes.

As consequências desse círculo vicioso perpetuam a complacência com a corrupção e má governança. Novas gerações são desencorajadas a questionar o status quo, enquanto o desejo por reconhecimento muitas vezes fala mais alto do que os valores éticos.

Para revitalizar o papel crítico da classe académica em Moçambique, é essencial promover um ambiente onde o debate livre seja incentivado. Criar espaços onde os académicos possam discutir as suas ideias sem medo de retaliações é fundamental para defender a sua independência contra pressões externas. Além disso, cultivar uma nova geração de intelectuais dispostos a desafiar práticas corruptas é crucial para lutar por uma sociedade mais justa.

Chegou a hora de termos a nossa identidade e carácter de poder dizer sim ou  não, pois há uma geração que depende do que hoje se produz; se não deixarmos valores, seremos comprados e vendidos como escravos mentais(lata de lixo) onde qualquer um que subentender que a nossa opinião pode comprometer os seus interesses vai pagar o que lhe apraz.

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