Executivo de Chapo “ressuscita” promessa da Companhia Anti-Raptos

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  • No reinado de Nyusi, a promessa da Companhia Anti-Raptos não saiu da teoria para a prática

O crime organizado, com destaque para os raptos, exibiu a sua musculatura nas principais cidades do país perante o olhar impávido das autoridades da lei e ordem durante o reinado de Filipe Nyusi, que, no seu Último Informe Anual como empregado dos moçambicanos, reconheceu que durante o seu ciclo de governação não conseguiu resolver o problema dos raptos, mesmo tendo prometido e simulado arranque dos treinos, em Novembro de 2021, de uma Companhia Anti-Raptos, visando acabar com o clima de instabilidade que precipitou a saída de muitos empresários do país. Contudo, a promessa feita na altura pelo então comandante-geral, Bernardino Rafael, de ter aquela força especializada em seis meses, não saiu da teoria para a prática. Falhada a promessa do Governo cessante, o Ministro do Interior, Paulo Chachine, foi à Assembleia da República, semana finda, anunciar  a criação de uma unidade de prevenção e combate aos raptos e outros crimes organizados e transnacionais.

No seu último Informe Anual como  Chefe de Estado, Nyusi vangloriou-se de sair da Presidência da República com o dever cumprido ao entregar Moçambique reconciliado. No entanto, os raptos continuam a tirar sono à sociedade moçambicana, sobretudo ao empresariado nacional.

Em relação ao fenómeno que já precipitou a saída de mais de 150 empresários do país, Filipe Nyusi atirou a toalha ao chão, reconhecendo que “o problema dos raptos faz parte do que não foi feito”.

Trata-se da capitulação de um homem cujo Executivo, numa acção liderada pelo então comandante-geral, chegou a fazer, com pomba, circunstância e propaganda, o lançamento de treinos para a criação de uma Companhia Anti-Raptos para acabar com o clima de instabilidade que precipitou a saída de vários empresários do país.

Na altura, a promessa era que o grupo de jovens provenientes dos três ramos das forças especiais da polícia, que foram apresentados na ocasião e que seriam treinados por especialistas estrangeiros, estariam disponíveis nas ruas em seis meses, o que não veio a acontecer. Depois de um período confinados na Escola de Forças Especiais de Macandzena sem fazerem nada, os candidatos ao curso foram despachados para Cabo Delgado e mandados para o Teatro Operacional Norte.

Do curso, que foi lançado e tinha até instruendos seleccionados, nunca mais se falou e a ideia foi abandonada; enquanto, nas ruas, o crime organizado carburava em pleno, especialmente nas Cidades de Maputo e Matola.

Enquanto se aguarda pelo esclarecimento do grosso dos raptos que aconteceram nos últimos anos, o actual Executivo, através do Ministro do Interior, Paulo Chachine, revelou que, entre Janeiro do ano passado e Março do corrente ano, 33 cidadãos acusados de envolvimento em raptos foram detidos.

Em conexão com a detenção dos 33 indivíduos, segundo Paulo Chachine, foram apreendidas um total de 12 armas de fogo, 12 viaturas, 28 telemóveis, dois computadores e quatro cativeiros, que foram desvendados.

Entre Janeiro de 2025 e Março do ano em curso, as autoridades da lei e ordem registaram 21 raptos, dos quais 19 foram consumados e dois não consumados, sendo que, no mesmo período, oito vítimas de raptos foram devolvidas ao convívio familiar.

Para a acabar com o clima de instabilidade que já precipitou a saída de muitos empresários do país, o Ministro do Interior resgatou a promessa da Companhia Anti-Raptos.

“Ainda no contexto das estratégias e medidas adoptadas para combater e responsabilizar os mandantes do crime organizado, o governo programou no seu Programa Quinquenal 2025-2029 a criação, até próximo ano, de uma unidade de prevenção e combate aos raptos e outros crimes organizados e transnacionais, tendo, para o efeito, já iniciado, a nível institucional, a elaboração do respectivo ante-projecto operacional”, declarou Paulo Chachine, para, posteriormente, reconhecer que urge a necessidade de especialização e actualização dos recursos humanos nas fileiras da Polícia da República de Moçambique.

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