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- Ministro da Defesa promete perseguir Naparamas até às últimas consequências
- Suposto líder do grupo que se espalhou por Nampula e Zambézia neutralizado
Uma semana depois de uma operação que resultou na morte de mais de cinco jovens (que podem ser mais segundo relatórios independentes, subscritos até pela igreja católica) e ferimento de outros tantos do grupo que se autointitula “Naparamas”, em Malema, Nampula, o Ministro da Defesa Nacional, Cristóvão Chume, revelou, que os grupos que estão semeando terror nas zonas Centro e Norte não são Naparamas originalmente conhecidos, mas, sim, alguns oportunistas que podem estar associados a terroristas disfarçados. Esta revelação acontece na mesma altura em que a Policia da República de Moçambique (PRM) acaba de anunciar que deteve um suposto líder dos Naparamas na província nortenha de Nampula, que terá, recentemente, liderado um ataque à posição policial naquele ponto do País.
Duarte Sitoe
Reagindo aos últimos confrontos entre os Naparamas e as Forças de Defesa e Segurança, o titular do pelouro da Defesa referiu que os Naparamas, originalmente conhecidos e associados a práticas mágicas e poderes sobrenaturais que os tornam invioláveis balas, nunca combateu as Forças do Estado, garantido que todos que atentam contra a segurança do Estado e das pessoas serão eliminados.
“As Forças Armadas ou as Forças de Defesa e Segurança de modo geral não estão a combater os Naparamas. Há um fenómeno que está a ser caracterizado como sendo de Naparamas, mas não são Naparamas. O conceito de Naparamas já foi dito muitas vezes, eles nunca combateram as forças de Estado, sempre foram milícias que protegiam as comunidades e até apoiavam o Estado onde não pudesse estar presente naquela altura. O que está a acontecer agora é que há grupos que aterrorizam comunidades, esses grupos portam armas brancas e também armas de fogo. Alguns desses indivíduos raptam pessoas, violam mulheres e até violentam qualquer pessoa que esteja nas mãos deles. Isso tudo atenta contra a segurança do Estado, da comunidade e da pessoa em particular. Sendo que atentam as pessoas e o Estado, a nossa missão é eliminar esta ameaça”, declarou Cristóvão Chume.
Relativamente ao episódio do Sabe, arredores da província da Zambézia, onde os Naparamas sequestraram 280 pessoas, Chume revelou que numa primeira fase as FDS usaram meios pacíficos para repor a ordem e tranquilidade, porém os Naparamas não cooperaram, daí que tenham sido obrigados a usar a força.
Os Naparamas ainda são sinónimo de ameaças em alguns pontos das zonas Centro e Norte. Como forma de tranquilizar as comunidades, o Ministro da Defesa Nacional garantiu que as Forças de Defesa e Segurança vão perseguir até às últimas consequências aqueles que ameaçam a paz em Moçambique.
“Vamos continuar a proteger as comunidades, mas, por outro lado, a perseguir até às últimas consequências, quando digno até às últimas consequências significa até à eliminação do perigo porque o País não pode continuar a viver debaixo de constantes ameaças de pessoas que portam armas. Nós também merecemos a paz, merecemos a estabilidade e merecemos sonhar com um País melhor. Penso que o Estado deve continuar a se organizar e a capacitar as FDS para que todos aqueles que ameaçam a paz do nosso País sejam eliminados e que não tenhamos de viver de constantes riscos à estabilidade e a segurança das pessoas”, referiu o governante
Por outro lado, Cristóvão Chume, apoiando-se na teoria de Karl Max, vincou que quem tem o monopólio da violência em Moçambique é o Estado, garantido que quem usar a violência contra o Estado será respondido pela mesma moeda.
“O único que tem o monopólio da violência aqui em Moçambique é o Estado, não podem ser as pessoas. Para todos aqueles que usam violência, o Estado vai voltar a elas com todo monopólio que tem, é a única entidade que pode usar a violência, quando for necessário, em nome da comunidade e dos moçambicanos”.
Na mesma semana que o Ministro da Defesa prometeu perseguir os Naparamas até às últimas consequências, a Polícia da República de Moçambique (PRM) deteve o suposto líder do grupo tradicional.
“O indivíduo [de 38 anos] é tido como o chefe de operações e foi o principal mobilizador do grupo para o ataque […] contra as Forças de Defesa e Segurança. […] Ele é quem desenhava as estratégias de operação contra as nossas posições”, declarou Dércio Samuel, porta-voz da PRM em Nampula.

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