HCB busca soluções inovadoras e fontes alternativas para fazer face às mudanças climáticas

DESTAQUE ECONOMIA
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  • Principais players do sector de energia no país e na região na Conferência dos 50 anos

Por conta da sua localização, Moçambique é um dos países mais vulneráveis às mudanças climáticas no mundo, ressentindo-se de cada vez mais frequentes eventos extremos como secas, ciclones e outros, o que figura como uma ameaça considerável não só do ponto de vista socioeconómico, como também energético, uma vez que a oscilação entre tempos de grande precipitação e estiagem ameaça os caudais dos rios, uma das principais fontes de produção de energia. Nos últimos anos, a estiagem que se tem registado ao nível da região, influenciada pelo El Nino, colocou a Barragem de Cahora Bassa com um dos seus piores níveis de encaixe da história. Para fazer face a este cenário, a Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB) pretende discutir, dentre vários temas, no próximo dia 21 de Maio, em Maputo, em Conferência Internacional, o uso de fontes alternativas para fazer face às mudanças climáticas.

Evidências

A Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) assinala meio século (50 anos) de existência a 23 de junho do presente ano, tendo programado uma série de eventos que irão marcar estas celebrações, com destaque para uma Conferência internacional marcada para o dia 21 de maio, no Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano, em Maputo, sob o lema “Ontem, Hoje e o Futuro – Empresa Estruturante e Estratégica”.

O evento reunirá especialistas nacionais e regionais para discutir e explorar linhas de pensamento e conhecimento em torno dos seguintes temas: “O papel das Centrais Hidroeléctricas no Desenvolvimento das Economias da Região” e “Os desafios da produção hidroenérgetica no contexto das mudanças climáticas geradoras de eventos climáticos extremos”.

“A HCB vai querer colocar à disposição dos participantes e informações sobre como é que ela tem contribuído para o desenvolvimento da economia nacional, primeiro em Moçambique. Mas, como sabem, também a energia da HCB chega à África do Sul, chega ao Zimbabwe e chega aos outros países da região através da SAPP. Então, a HCB vai, nessa conferência, também disponibilizar informação e partilhar aquilo que são experiências de relacionamento e desafios que tem tido na região do ponto de vista de produção, transporte e comercialização de energia”, disse.

Basicamente, segundo o director do Departamento de Comunicação e Imagem de HCB, Mariano Quinze, durante a conferência será discutida a contribuição da HCB para o crescimento da economia, quer a nível nacional, assim como internacional.

No segundo painel, o administrador executivo Nilton Trindade, especialista em hidrologia, apresentará as estratégias adoptadas pela HCB para enfrentar as mudanças climáticas e os fenómenos extremos, detalhando a gestão de seca severa e de enchentes que se registam. Neste painel, outros especialistas e gestores de hidroelétricas da região também partilharão a sua experiência.

“A Barragem de Cahora Bassa não só está num rio exclusivo a si, mas também no mesmo rio temos o Cariba a montante. Significa que esta também vai partilhar a sua experiência de como está a gerir este momento de mudanças climáticas que estão a afectar toda a bacia do Zambeze”, destacou Quinze.

No ano passado, a Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), chegou a anunciar “medidas de gestão” face aos efeitos “da seca severa e contínua, considerada a pior dos últimos 30 anos, influenciada pela ocorrência do fenómeno climático El Niño” que afecta alguns países da África Austral, incluindo Moçambique,

O objectivo era garantir a segurança hidráulico-operacional da barragem e infra-estruturas conexas, bem como o cumprimento dos compromissos comerciais assumidos e a garantia da disponibilidade de água para a produção nos próximos anos.

Desde a sua criação, em 1975, a HCB opera com uma capacidade instalada de 2 075 MW, hoje plenamente utilizada. Para o futuro, já estão em curso estudos para o Projecto Central Norte, que visam expandir ainda mais a produção hidroeléctrica, e para a construção de uma central fotovoltaica de 400 MW AC na província de Tete, iniciativa que diversificará a matriz energética e reforçará a resiliência face às condições climáticas adversas.

Refira-se que para além de especialistas, empresas parceiras da HCB como a PRODEL (Angola) e a ESKOM (África do Sul) já confirmaram sua presença.

HCB vai celebrar jornalismo, cultura e desporto no dia 23 de junho

Além da conferência, o programa comemorativo dos 50 anos inclui o “Concurso de Jornalismo HCB 50 Anos”, aberto à imprensa escrita, rádio, televisão e fotojornalismo e o primeiro lugar receberá um prémio pecuniário de 500 000 mil meticais.

“É um concurso em que as premiações vão ser entregues no dia 23 de junho no Songo e temos premiações diferentes para cada uma das categorias, para cada um dos premiados no primeiro, segundo e terceiro lugar, sendo que para o primeiro lugar, a HCB vai dar um prémio pecuniário de 500 mil meticais”, sublinhou.

Ainda em maio, será realizada, em Chimoio, uma maratona denominada “HCB Mutola Legend”, em homenagem a Lurdes Mutola, atleta moçambicana, campeã dos 800 metros nos jogos olímpicos de 2000 em Sydney, Austrália. A légua vai contar com a presença de atletas do Centro, Sul e Norte do País.

O ponto alto das celebrações acontecerá no dia 23 de junho, com a inauguração do “Projecto Transformar” na Vila de Xitima, em Songo, de desenvolvimento integrado que prevê a abertura e mecanização de 150 hectares de terra para cultivo de milho e soja em parceria com as comunidades locais, reforçando o compromisso da HCB com o desenvolvimento rural sustentável.

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