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Sempre igual a si, mantendo presença na vida activa do País, a Nova Democracia (ND) acaba de lançar um manifesto de indignação vigoroso contra o sector da educação, criticando duramente a baixa qualidade do sistema de ensino em Moçambique. O partido descreve a situação como uma “educação de selvageria”, alegando que esta serve para perpetuar a ignorância e manter o poder das elites.
Em comunicado enviado à nossa redacção, a ND sustenta que o sistema educacional moçambicano foi intencionalmente fragilizado por políticas que visam uma espécie de “robotização humana.
O objectivo, segundo o partido, seria disseminar uma ignorância institucional programada através dos currículos, caracterizando esta abordagem como uma forma de dominação. A ND compara o modelo actual a práticas fascistas, afirmando que o governo projecta a formação de um povo primata para garantir a apatia social e a aceitação dos abusos de poder e da usurpação do Estado
O quadro das condições de ensino pintado pela ND é desolador, faz referência às precárias condições de ensino a que são submetidos os alunos, onde as crianças são obrigadas a aprender ao ar livre, expostas ao sol intenso e à chuva, utilizando as sombras de arbustos como salas de aula improvisadas.
O partido afirma que milhares de menores continuam sem acesso à escola porque o governo teria negligenciado as necessidades reais da população. A falta de mobiliário adequado é sublinhada pela menção ao uso de troncos e dunas como carteiras, num país onde, segundo a ND, a elite estatal explora madeira em projectos questionáveis.
O documento também critica a ausência de livros escolares gratuitos, apontando para uma indiferença do Ministério da Educação face à venda destes materiais nas bermas das estradas, onde o que deveria ser gratuito tem um custo.
Os professores, de acordo com a Nova Democracia, enfrentam igualmente uma situação precária. Os seus salários são descritos como irrisórios, servindo apenas para entorpecer e distrair da miséria. O partido aponta a marginalização e instrumentalização da classe docente pelo sistema opressor para servirem uma “máfia política.
A falta de material didáctico e pedagógico é outra crítica, com os professores a serem forçados a improvisar academicamente, pois o Ministério estaria “cheio de nada ou vazio de tudo”, chegando a classificar o conteúdo dos livros como vergonhoso.
O partido denuncia ainda o que considera ser um sistema de elitização no acesso a uma educação de qualidade, afirmando que as bolsas de estudo são concedidas com base em critérios hereditários e que as motivações académicas são influenciadas por filiação partidária, beneficiando apenas os filhos da classe dirigente, os únicos com acesso a uma educação privilegiada, preparando-os para serem os futuros “tiranos de um povo ignorante.
Perante este panorama, a Nova Democracia considera que a elitização da educação é uma violenta violação da integridade humana. O movimento político manifesta a sua solidariedade para com a “causa nobre dos professores”, prometendo apoiar a luta pela observância dos direitos na educação.

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