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Moçambique está no topo da lista de países que retêm fundos de companhias aéreas, com um total de 205 milhões de dólares bloqueados, segundo dados divulgados pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA). O valor representa uma parte significativa dos 1,03 mil milhões de dólares retidos globalmente, sendo que apenas dez países são responsáveis por 80% desse montante.
O Evidências teve acesso a carta que a IATA enviou, com carácter de urgência, ao Governo de Moçambique, datada de 03 de Junho, alertando para as consequências económicas da situação.
No documento, assinado por Alex Stancu, responsável pela região da África Austral e Oriental da IATA, a organização expressa preocupação com o impacto negativo na conectividade, comércio e turismo, caso as companhias aéreas decidam reduzir ou suspender operações no país.
“Esta situação é insustentável e está a forçar muitas companhias a reconsiderar as suas operações em Moçambique”, destacou a IATA na carta, referindo que, apesar de múltiplas comunicações com ministérios e o Banco Central desde 2024, nenhuma resposta ou solução foi apresentada.
Além de Moçambique, outros países com valores elevados de fundos bloqueados incluem a Zona XAF (191 milhões), Argélia (178 milhões) e Líbano (142 milhões).
A IATA apela ao reconhecimento do setor da aviação como prioritário, sublinhando a necessidade de acesso atempado a divisas para garantir a continuidade dos serviços aéreos.
A organização mostrou-se disponível para colaborar com as autoridades moçambicanas, mas aguarda uma resposta urgente para evitar danos maiores à economia e à reputação do país como destino de investimento e turismo

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