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O estudo mais recente do Conselho Norueguês (NCR) para Refugiados coloca Moçambique na terceira posição na lista dos 10 países com as mais negligenciadas crises de deslocados no mundo.
Para o Conselho Norueguês para Refugiados, em 2024, a insurgência armada na região norte do País, a crise política e os desastres naturais colocam Moçambique na lista das nações que mais negligenciam a situação dos deslocados.
“Em 2024, Moçambique enfrentou uma tempestade perfeita de conflito armado, turbulência política e desastres climáticos. Esses choques sobrepostos criam um emergência humanitária volátil e profundamente complexa, tornando Moçambique uma das crises de deslocados mais negligenciadas do mundo pela primeira vez”, lê-se no relatório daquela organização sediada na Noruega.
O Conselho Norueguês para Refugiados aponta que até o final do ano passado mais de 600 mil pessoas viviam na condição de deslocados por uma combinação de violência e desastres naturais, tendo ainda revelado que “o acesso a alimentos era uma grande preocupação, e 2,8 milhões enfrentaram insegurança alimentar aguda entre Abril e Setembro”.
Relativamente à resposta humanitária, a NCR concluiu que as organizações enfrentam dificuldades na mobilização de fundos para apoiar Moçambique
“O Plano de Resposta Humanitária de 2024 teve apenas 41% de financiamento — o menor nível de todos os tempos. A assistência alimentar foi particularmente afetada, cobrindo apenas 13% das necessidades em Cabo Delgado”, refere o relatório, alertando, por outro lado, que actualmente o financiamento tem sido extremamente limitado.
“A crise em Moçambique desenrolou-se em grande parte fora dos holofotes. A cobertura limitada dos ‘media’, agravada por crises globais concorrentes, desviou a atenção e os recursos. À medida que o mundo olha para outros lugares, a crise multifacetada de Moçambique está a tornar-se cada vez mais invisível e perigosa”, alerta o NRC.
Importa referir que o Conselho Norueguês para Refugiados publica anualmente um relatório sobre as dez crises de deslocamento mais negligenciadas do mundo, com o objetivo de “focar na situação das pessoas cujo sofrimento raramente chega às manchetes internacionais”, que “recebem pouca ou nenhuma assistência” e crises “que nunca se tornam o centro das atenções dos esforços da diplomacia internacional

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