CIP reitera seu papel cívico no combate a corrupção: “Não somos da oposição. Somos moçambicanos que acreditam que Moçambique pode ser próspero”

DESTAQUE POLÍTICA
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O director do Centro de Integridade Pública (CIP), Edson Cortez, reiterou esta quinta-feira (19.06), que a organização não-governamental que dirige não é um órgão de oposição, mas sim uma entidade da sociedade civil que colabora com instituições públicas na promoção da integridade e da boa governação em Moçambique.

Falando durante o simpósio alusivo aos 20 anos do CIP, realizado em Maputo sob o lema “Corrupção ontem e hoje: Que caminhos para um Moçambique mais íntegro nas próximas décadas”, Cortez destacou algumas das principais intervenções do CIP no combate à corrupção e na defesa do interesse público.

“O CIP não é oposição. O CIP é uma organização da sociedade civil que trabalha junto das entidades públicas”, afirmou Cortez, explicando que o papel da organização tem sido, muitas vezes, determinante em processos importantes para o país.

Um dos exemplos apresentados foi a contribuição da organização no escândalo das dívidas ocultas.

 “Quando fizemos o cálculo do custo das dívidas, a empresa Peters & Peters, que defendia Moçambique em Londres, entrou em contacto connosco para entender como chegámos ao valor de 11 milhões de dólares. Após várias reuniões e explicações detalhadas, os nossos cálculos foram levados ao tribunal em Londres e Moçambique acabou por vencer o caso”, disse.

Cortez destacou que, apesar deste contributo significativo, o CIP nunca recebeu reconhecimento público se não perseguições.

 “Se Moçambique vier a ser ressarcido, será o governo da FRELIMO a beneficiar, mas até hoje não houve qualquer elogio público ao nosso papel nessa vitória”, lamentou, acrescentando que, durante este processo, chegou a sofrer ameaças que colocaram em risco a segurança da sua família, levando-o a abandonar temporariamente o país.

O director do CIP também recordou a intervenção da organização no sector extractivo, nomeadamente na defesa da criação do imposto sobre as mais-valias.

“Escrevemos vários artigos mostrando a importância desse imposto, e em 2012-2013 a lei foi aprovada. Isso permitiu ao país alcançar o maior nível de tributação da sua história. Embora não saibamos para onde foi esse dinheiro, o nosso contributo técnico esteve na base dessa conquista”, afirmou.

Edson Cortez concluiu reforçando o compromisso do CIP com o desenvolvimento do país: “Não somos da oposição. Somos moçambicanos que acreditam que Moçambique pode ser um país próspero, onde milhões de pessoas possam sonhar com um futuro melhor”.

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