Vitória Langa homenageada pelo seu contributo na ciência

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  • Está entre 30 personalidades

O Centro de Investigação e Transferência de Tecnologias para o Desenvolvimento Comunitário (CITT) celebrou 15 anos de existência com uma homenagem a personalidades que marcaram a sua história. Entre os homenageados, destaca-se a figura de Vitória Langa, ex-directora do Fundo Nacional de Investigação (FNI), reconhecida como a grande idealizadora da instituição. A reportagem ouviu os principais intervenientes para desvendar a história por trás deste reconhecimento e o impacto do seu legado na ciência e no desenvolvimento comunitário do país.

Luísa Muhambe

A homenagem a Vitória Langa e outras 30 personalidades e instituições, incluindo ex-ministros e secretários permanentes da área de Ciência e Tecnologia, marcou as celebrações dos 15 anos do CITT. Criada pelo governo no dia 1º de Setembro de 2010, a instituição nasceu com o objectivo de dar continuidade ao trabalho iniciado em um programa pioneiro que aposta na ciência, tecnologia e inovação como ferramentas essenciais para o desenvolvimento integrado das comunidades. A cerimónia foi o palco para partilhar as conquistas da instituição, honrar os seus fundadores e discutir o seu futuro.

Em entrevista, o director do CITT, Henrique Cau, explicou o percurso que levou ao reconhecimento de Vitória Langa como a figura central na criação da instituição. Segundo Cau, a homenageada foi a mentora do conceito do Programa Nacional Vila Jubileu, que visava o desenvolvimento comunitário integrado através do uso da ciência e tecnologia.

Cau detalhou o papel da Vitória Langa, afirmando que ela foi homenageada pelo facto de ter sido ela a criar o conceito desta instituição. Ela chegou a coordenar um programa chamado Programa Nacional Vila Jubileu, que é um programa de desenvolvimento comunitário integrado, baseado no uso da ciência, tecnologia e inovação. É uma demonstração de que a ciência, tecnologia e inovação são factores fundamentais para o desenvolvimento das comunidades.”

A partir do sucesso do programa Vila Jubileu, que estabeleceu vilas em Chibuto e outras localidades, surgiu a necessidade de institucionalizar o projecto. Segundo Cau, a professora Vitória foi desafiada a criar uma entidade que pudesse dar seguimento a estas iniciativas, garantindo a sua sustentabilidade. “A professora Vitória foi colocada o desafio de criar uma instituição que pudesse dar seguimento a este projecto, a este programa, e não só aos outros programas, como o Ministério da Ciência e Tecnologia, pudesse desenvolver viradas para o desenvolvimento de comunidade. Então, ela desafia-se a criar uma instituição, a qual se chama Centro de Investigação e Transferência para o Desenvolvimento Comunitário.”

Para Vitória Langa, o reconhecimento é um sentimento de “grande honra” e “realização”. Em entrevista, ela partilhou o orgulho de ver a sua visão consolidada. “O meu sentimento é de que é uma grande honra e eu me sinto feliz, eu me sinto como realizada, não é? Foi um dos primeiros desafios que eu tive. Primeiro foi criar o Conceito de Expedição Científica. O Conceito de Expedição Científica é localizar ou identificar aquelas comunidades que têm maior índice de pobreza, mas que, em contrapartida, demonstram capacidade e potencialidade de que, aplicando a ciência, tecnologia e inovação, pode-se mudar alguma coisa.”

Langa contou que, ao ser desafiada pelo então ministro a “moçambicanizar” o conceito de Vilas do Milénio de Jeffrey Sachs, ela idealizou um modelo que não dependesse apenas de financiamento externo. A sua preocupação com a sustentabilidade foi a faísca que acendeu a ideia de uma instituição permanente. “

Langa expressou a sua satisfação ao ver o seu “bebé”, o CITT, a funcionar e a celebrar 15 anos de vida, abrigando não só as Vilas do Milénio, mas também outros programas de desenvolvimento, como os centros de multimédia comunitária e os pólos de investigação para o aumento da produtividade agrícola. A sua visão de uma instituição-mãe que pudesse dar continuidade aos projectos de base comunitária, independentemente do fim dos projectos financiados, tornou-se uma realidade.

Além de Vitória Langa, o CITT homenageou cerca de 30 outras personalidades, incluindo o ex-ministro Venâncio Massingue, que liderou a pasta de Ciência e Tecnologia na época da criação da instituição. O CITT também reconheceu o contributo de antigos secretários permanentes e outros directores, como Tom Coutinho, o primeiro director-adjunto da instituição.

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