Ossufo Momade acusa Alfredo Magumisse e Elias Dhlakama de conspiração

DESTAQUE POLÍTICA
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  • Quadros seniores apontados como os arquitectos da instabilidade na RENAMO
  • Conselho Nacional marcado para este mês, mas sem data e local definidos
  • Momade classifica o encerramento das delegações como uma tentativa de assalto ao poder

Ossufo Momade acusa Elias Dhlakama e Alfredo Magumisse, dois quadros seniores da Renamo, de serem os principais “patrocinadores” e instigadores de uma revolta contra a sua liderança, a qual ele considera uma tentativa de “assalto ao poder” dentro do próprio partido. Em declarações recentes, numa entrevista a um canal televisivo da praça, Momade foi enfático ao afirmar que não permitirá que a Renamo seja tomada por aqueles que, segundo ele, não conseguiram vencer de forma democrática nos dois últimos Congressos do partido. A tensão no seio do partido escalou, com manifestações, protestos e o encerramento de delegações políticas, actos que, segundo o líder, não são uma mera demonstração de descontentamento, mas sim uma chantagem orquestrada.

Luísa Muhambe

A contínua agitação dentro da Renamo, que se manifesta através de protestos e, mais grave, no encerramento de delegações políticas, tem gerado incerteza e preocupação entre os seus membros e a sociedade moçambicana.

Em entrevista recente, Ossufo Momade esclareceu que estes actos não são provocados por terceiros, mas sim por membros do próprio partido. Para Momade, não há dúvidas de que Elias Dhlakama e Alfredo Magumisse são as mentes por detrás da tensão no seio do partido, os arquitectos da instabilidade que busca abalar a sua liderança.

“Elias Dhlakama e Alfredo Magumisse são os principais patrocinadores da Junta Militar. Enquanto o Partido Renamo estiver a ser dirigido por mim, Ossufo Momade, esses dois nunca vão assaltar o poder, eu desafio. Perderam democraticamente no VII Congresso, querem assaltar a Renamo, mas nós não vamos permitir. O Partido Renamo tem os seus estatutos, qualquer problema que um membro tem dentro do Partido não pode obrigar ao encerramento das delegações políticas, porque é nessas delegações onde o partido programa as suas actividades”, afiançou.

O líder do partido da perdiz revelou a sua desconfiança face às tentativas de aproximação que os opositores têm feito através de intermediários, em vez de recorrerem aos canais formais do partido. Ele relatou um episódio em que elementos da sociedade civil se apresentaram como mediadores de um encontro, uma abordagem que Momade considera inaceitável.

“Um membro do partido não pode precisar de um intermediário. O membro do partido pode vir até mim, através de uma audiência. Temos a secretária, temos o secretário do partido, o secretário-geral. E por que vão recorrer ao elemento da sociedade civil?”, indagou Momade acrescentando que essa acção demonstra a falta de legitimidade e a natureza subversiva das intenções dos dissidentes.

O presidente defendeu que, ao contrário do que os seus opositores alegam, ele não “roubou” o congresso, uma vez que eles tinham os seus próprios representantes e delegados de candidatura. A incapacidade de vencer nas eleições internas, argumenta, é a razão pela qual estão a tentar “assaltar” o poder por outras vias.

Para tranquilizar os membros e simpatizantes do partido, Ossufo Momade anunciou que o Conselho Nacional será realizado em breve, possivelmente ainda neste mês, embora a data e o local exactos ainda não tenham sido definidos pela Comissão Política. Ele considera que o Conselho Nacional é o fórum legítimo para a discussão e a resolução dos problemas internos, e que não há razão para o encerramento das delegações.

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