Moçambique precisa de 37,2 mil milhões de dólares para resiliência climática e evitar agravamento da pobreza

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O Governo de Moçambique alertou que o país necessita de 37,2 mil milhões de dólares (o equivalente a 2,3 biliões de meticais) para “alcançar a resiliência climática” até 2030. Caso este montante não seja mobilizado, o risco é de mais 1,6 milhões de pessoas serem “empurradas para a pobreza” até 2050. Esta informação alarmante consta da recém-aprovada Estratégia Nacional de Financiamento Climático (ENFC) 2025-34.

O documento sublinha que o financiamento climático é crucial para o desenvolvimento sustentável, reforçando que Moçambique enfrenta impactos cada vez mais severos provocados pelas mudanças climáticas. A ENFC 2025-34 destaca que a necessidade de mobilização de fundos é imediata.

“A necessidade de mobilizar financiamento é reforçada pelo facto de só para a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) (versão 2.0) o País necessitar de 7,6 mil milhões de dólares (480,3 mil milhões de meticais) entre 2021-25,” lê-se no documento. Contudo, o Governo prevê mobilizar apenas 24% deste valor necessário até ao final de 2025.

O Executivo alertou ainda que a transição para a NDC versão 3.0 irá aumentar significativamente as necessidades financeiras. Por esta razão, considera urgente reforçar os mecanismos que permitem captar financiamento climático, essenciais para enfrentar os impactos já visíveis no País. Moçambique é descrito como um dos países mais severamente afectados pelas alterações climáticas, enfrentando regularmente cheias e ciclones. Na última época chuvosa, entre Dezembro e Março, o País foi atingido por três ciclones, incluindo o Chido, o mais grave, que provocou quase 200 mortes.

Os dados do Instituto Nacional de Estatística confirmam o agravamento da situação: entre 2019 e 2023, fenómenos meteorológicos extremos provocaram pelo menos 1016 mortes e afectaram cerca de 4,9 milhões de pessoas. O Instituto de Meteorologia de Moçambique, no seu Relatório do Estado do Clima de 2024, alertou ainda que tanto o número quanto a intensidade dos ciclones aumentaram na última década.

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