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Edmilson Mate
O Ministro dos Transportes e Logística, João Matlombe, defendeu esta sexta-feira, na cidade de Maputo, o reforço do papel estratégico do Porto e do Corredor de Desenvolvimento de Nacala como infraestruturas-chave para a integração regional e o crescimento económico partilhado na África Austral.
Matlombe falava durante o Painel de Alto Nível da 10.ª Reunião Tripartida do Comité de Gestão do Corredor de Desenvolvimento de Nacala, realizado no âmbito do Projecto de Comércio e Conectividade da África Austral, financiado pelo Banco Mundial, que reúne Moçambique, Malawi, Zâmbia e a República Democrática do Congo (RDC).
Na sua intervenção, o ministro sublinhou que o tempo da África é agora, defendendo a necessidade de transformar compromissos políticos em acções concretas. “O tempo da África é agora. Não podemos continuar a adiar decisões estratégicas com discursos sem acção. O desenvolvimento do nosso continente depende da união dos seus líderes e da capacidade de transformar compromissos em resultados concretos. A solução está nas nossas mãos, e cabe a nós assumir esta responsabilidade histórica com coragem e visão.’”, afirmou.
Segundo João Matlombe, o Porto de Nacala, pela sua localização privilegiada no Oceano Índico, deve ser entendido como um porto regional, ao serviço dos países do interior, nomeadamente Malawi, Zâmbia e RDC. Para o ministro, só dessa forma a integração regional fará pleno sentido.
Matlombe destacou ainda o investimento de cerca de 300 milhões de dólares norte-americanos já aplicado na modernização do Porto de Nacala, que tornou a infraestrutura mais eficiente e competitiva. O próximo desafio, disse, passa pela melhoria do corredor ferroviário, área na qual Moçambique manifestou total disponibilidade para avançar em conjunto com os países parceiros.
“Moçambique está pronto para oferecer facilidades adicionais aos países vizinhos, permitindo que planifiquem o seu desenvolvimento logístico a partir do nosso território sem barreiras. Mas também precisamos uns dos outros para cumprir a missão de integração regional”, frisou.
No encontro, Matlombe reafirmou a ambição de desenvolver o corredor ferroviário de Nacala, ligando Chipata a Sereje, numa extensão aproximada de 2.400 quilómetros, conectando Moçambique ao Malawi, à Zâmbia e à RDC. Como próximo passo, João Matlombe anunciou a intenção de se assinar, no primeiro trimestre de 2026, um acordo que permita identificar um parceiro estratégico para a construção da linha férrea e das facilidades logísticas ao longo do corredor, marco considerado decisivo para a consolidação da integração regional.
“O Porto e o Corredor de Nacala não são apenas infraestruturas físicas. São símbolos de esperança, progresso e integração regional”, concluiu o ministro, defendendo maior determinação, unidade e visão estratégica para garantir o futuro económico dos povos da região.



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