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Moçambique enfrenta uma grave escassez de anestesistas e cirurgiões em todas as unidades hospitalares do país. Esta situação, que deixa o rácio de profissionais por população muito aquém do ideal, foi revelada por Matchecane Cossa, director do Programa Nacional de Cirurgia do Ministério da Saúde. Cossa falava em Maputo durante a Segunda Reunião do Grupo Técnico de Desenvolvimento do Plano Nacional de Cirurgia Obstetrícia e Anestesia, onde apresentou dados que levantam sérias preocupações.
O cenário é especialmente crítico em províncias como Cabo Delgado, Inhambane, Gaza e Manica, que dependem largamente de médicos estrangeiros, contando em média com apenas um a dois cirurgiões nacionais.
O director destacou o desequilíbrio na distribuição e formação, afirmando que a relação actual é de um anestesista para cada 10 cirurgiões, sendo que algumas províncias chegam a ter apenas um anestesista. Matchecane Cossa sublinhou a discrepância em relação ao que seria ideal.
“Tem um anestesista por província. O rácio ideal era termos 20 cirurgiões para cada 100 mil habitantes, e estamos muito abaixo disso. Neste momento temos a relação de um anestesista para 10 cirurgiões” disse.
Para tentar colmatar esta falha crítica no sistema, o Ministério da Saúde está a recorrer a medidas paliativas. A principal estratégia, é o apoio de enfermeiros treinados que são capacitados para coadjuvar os médicos-cirurgiões nas suas tarefas. No entanto, o director do Programa Nacional de Cirurgia reforça a necessidade urgente de alargar e reforçar o Programa Nacional de Formação de Cirurgia para que o sector de saúde possa responder de forma sustentável às necessidades de todos os utentes.



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