Os agricultores estão agastados com aos recorrentes problemas na distribuição de água para os campos cultivados no regadio de Chókwè. Os produtores querem que os gestores da da Hidráulica de Chòkwé façam uma reabilitação das caleiras para melhorar o abastecimento de água.
Segundo José Macamo, agricultor na região de Xaliquane, aponta que nunca houve obras de reabilitação no regadio de Chókwè e considera que a insuficiência de agua prejudica sobremaneira os agricultores
“Nunca houve reabilitação apenas fecharam os rombos. Nos disseram que não tem recursos para reabilitar o regadio. Exploramos apenas 15% da nossa área devido à falta de manutenção, estamos a perder muita agua por isso a HICEP não tem maquinaria. Muitos produtores não pagam a agua porque alegadamente chega e começa a semear e depois de um mês a agua não sai. Na minha zona semeias e não colhes, por isso não pagam agua”, disse Macamo para depois defender que urge a restruturação do HICEP
“O que defendemos é uma reestruturação da empresa. O HICEP não pode desempenhar várias tarefas. Deve-se ocupar na manutenção de caleiras e valas. No passado com pouco equipamento garantia a limpeza e a manutenção do regadio. Devia se rever o estatuto do HICEP, a Gestão não tem a haver com o pouco ou muito. Deve-se mostrar o que faz com fundos, ninguém recusa pagar taxa. Não é o suficiente, as pessoas perderam confiança. Podemos pagar sem problemas queremos transparência na gestão.
Um outro agricultor que se identificou pelo nome de Manuel Ubisse declarou que a falta de água condiciona a produção de muitos produtores no regadio de Chókwè que acabam não pagando o valor da taxa referente a água.
“As dívidas são originadas porque produzimos sem garantia dos mercados. Produzimos e no fim não temos retorno das despesas. Não temos compradores. Produzimos e não temos onde entregar o porto. Não há sistema de drenagem e assim não há como ter dinheiro para pagar as taxas”.
O Presidente do Conselho de Administração do HICEP Soares Cherinda reconhece as dificuldades que os agricultores têm para irrigar seus campos. Cherinda apontou que a Hidráulica precisa de cerca de 34 milhões de dólares para resolver os problemas que inquietam os agrônomos.
“Mensalmente os agricultores pagam 1200mt e nem sempre conseguem pagar. O ideal seria uma taxa de 5000 meticais para permitir o trabalho eficiente. O plano da hidráulica de Chòkwé é ter uma área de 20.000 hectares de produção de arroz. Porém é necessário que esteja numa terra nivelada para assegurar o escoamento de água e evitar perdas como sucede actualmente”
“Precisamos de 34 milhões de dólares para resolver o problema de maquinaria para limpeza de canais e valas, para nivelamento de terra e o de credito para os agricultores. Não é verdade que não estamos a fazer nada, este projecto foi em 2014, mas era transição de um mandato para o outro, temos documentos que o financiador tinha assinado, não estaríamos a falar dos problemas do presente. Queremos melhorar o trabalho e para tal precisamos de máquinas. Muitas máquinas porque para manter este regadio impecável é necessário que façamos a limpeza três vezes ao ano” disse.

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