A Universidade Politécnica premiou, na terça-feira, 21 de Dezembro, em Maputo, o escritor Miguel Luís José, vencedor da 9ª edição do Concurso Literário Maria Odete de Jesus, edição 2020, com o texto intitulado “O sequestro do fujão ou o desamparo das flores no escuro”.
A distinção, entregue pelo reitor desta instituição privada de ensino superior, Narciso Matos, consistiu num cheque, no valor de 50 mil meticais, e a atribuição de um certificado.
Este concurso literário, lançado no âmbito das comemorações dos 25 anos da Universidade Politécnica, tem como objectivo principal dar aos novos escritores a oportunidade de contribuir para estimular o gosto pela produção literária, centrada na literatura infanto-juvenil, género prosa.
Na ocasião, Narciso Matos referiu-se à importância do estímulo à leitura, sobretudo nos jovens, pois a língua portuguesa constitui uma importante ferramenta, razão pela qual quem tem melhor capacidade de exprimir as suas ideias, quer de maneira oral ou de maneira escrita, tem vantagem sobre os outros.
“Não há dúvidas de que o português, além de ser uma língua nacional, é um veículo importante de cidadania, para cada um poder lutar e conquistar o seu lugar no país. Por isso, nós promovemos este concurso literário todos os anos, em parceria com a Escola Portuguesa de Moçambique, para estimular os jovens a escrever e submeter as suas obras”, disse, ajuntando que todos os que se inscreveram são vencedores.
A esperança dos promotores desta iniciativa, segundo enfatizou o reitor, é de que muitos mais jovens se interessem em escrever e que todas as obras submetidas cheguem às crianças, para que elas possam cultivar o gosto pela leitura.
“Hoje, em dia, por causa das redes sociais, as pessoas pensam que a leitura é dispensável. Desde já digo que não é dispensável. Em qualquer livro que a pessoa for a ler sempre aprenderá alguma coisa. Daí que estimular a leitura é muito importante”, afirmou.
Por sua vez, o jovem escritor Miguel Luís José, considerou que o livro “O sequestro do fujão ou o desamparo das flores no escuro”, inicialmente parecia uma visita a algumas memórias da sua infância, pois não tinha nenhuma pretensão senão a de orar pelas crianças, que vítimas do tráfico de menores, perdem a oportunidade de serem crianças, de sonharem e de serem felizes.
“A ideia era apenas de, através da prosa, orar com as crianças pelo fim desta e demais crueldades que são praticadas contra esta parte significativa da população simples da nossa nação”, realçou o escritor, agradecendo à Universidade Politécnica por ter criado um concurso literário imprescindível na construção do mapa literário moçambicano que poderá amplificar as vozes das flores desamparadas no escuro
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