A campanha nacional de imunização de Moçambique vacinou mais de um milhão de pessoas — 75% da população — em seis distritos afetados por conflitos armados nas províncias de Cabo Delgado, Manica e Sofala com o apoio do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
“O conflito armado em Cabo Delgado teve um impacto real no sistema de saúde em geral. A maioria dos centros de saúde foi destruída, queimada ou vandalizada, e é impossível ter acesso a estes centros devido à insegurança”, explica o coordenador de Saúde do CICV em Moçambique, Emilio Mashant. “A violência impediu que o sistema de saúde se deslocasse para esses locais para realizar uma campanha de vacinação contra a Covid.”
O CICV apoia as autoridades de saúde do país fornecendo combustível para o transporte de vacinas, equipes de saúde e voluntários da Cruz Vermelha de Moçambique em Pemba, Montepuez e Ibo, na província de Cabo Delgado. A violência em curso impactou severamente o acesso à saúde nesta região, onde mais de três mil famílias fugiram das suas casas em busca de segurança desde o início de junho deste ano. Nos últimos anos, cerca de 800 mil moçambicanos foram deslocados pelo conflito armado em Cabo Delgado.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha presta a mesma assistência, além de disponibilizar veículos, na região central do país nos distritos de Barué, Mossurize (Manica) e Gorongosa (Sofala), onde o conflito de 2013-19 afetou fortemente a saúde. A falta de acesso a serviços essenciais continua sendo uma das principais questões humanitárias nesta parte do país.
Além disso, o CICV apoiou o trabalho de 200 voluntários da Cruz Vermelha de Moçambique, que conscientizaram as comunidades sobre a importância da vacinação. Somente nas províncias centrais de Manica e Sofala, os voluntários chegaram a mais de 50 mil pessoas.
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