Salomão Muchanga acusa Governo de transformar a juventude em indigentes sem pátria

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Assinala-se, na sexta-feira, 12 de Agosto, o Dia Internacional da Juventude. Nesta efeméride, em alguns países os jovens têm motivos de sobra para celebrar. Contudo, para o líder na Nova Democracia, Salomão Muchanga, o jovem moçambicano não tem nada a celebrar se não lutar. Se por um lado, Muchanga acusa o Governo de promover a delinquência juvenil através da promoção do consumo excessivo de álcool e drogas em detrimento da educação de qualidade. Por outro, insta os jovens a erguerem-se e revoltarem-se contra o actual modelo de governação a quem apelida de colono.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), em Moçambique a população de adolescentes, jovens e mulheres excede um pouco mais de 14 milhões. Olhando para conjuntura social e económica do país, o líder da Nova Democracia observa que o Governo serve-se deste factor demográfico para promover a delinquência juvenil através da promoção do consumo excessivo de álcool e drogas em detrimento da educação de qualidade, o que, de certa forma, acaba institucionalizando a corrupção estruturada.

“O governo aprovou e distribuiu a nível nacional livros de ensino que distorcem a real história do país e colocam Moçambique na áfrica Oriental, para além destes crimes, introduziu entre os requisitos de aquisição de bolsas de estudos a descriminação de jovens por filiação, privilegiando os concorrentes que sejam filhos de antigos combatentes, numa clara violação de um direito fundamental à educação aos jovens em situação de pobreza, particularmente aos órfãos”, atacou Muchanga.

A ausência de políticas de habitação e emprego são problemas que tiram sono aos jovens em Moçambique. Em 2021, o Governo, através do Plano de Acção da Política de Promoção do Emprego, prometeu criar três milhões de postos de empregos no país e 1000 microempresas. Entretanto, tende a crescer, a cada ano que passa, o número de jovens que se formam e enterraram os seus sonhos no cemitério.

“O sistema do dia criou e fabrica diariamente uma guilhotina de barreiras e cemitérios de sonhos aos jovens ao intoxicar com a fabricação em cada quarteirão da sua divisão administrativa, uma esquina de destilação e engarrafamento de veneno alcoolizado, para que os jovens diariamente morram, consumindo estes venenos. Sim, em cada curva de quarteirão tem uma fabriqueta ou destiladora de veneno mata-Jovem”.

“A juventude precisa erguer-se e revoltar-se contra este colono”

Nos seus discursos Samora Machel apelidada a “Juventude como a Seiva da Nação”, contudo, na opinião do líder da Nova Democracia o actual Governo transformou a juventude em mendigos.

“Este Governo transformou a seiva da sua nação em indiligentes sem pátria, uma nação pela qual muitos heróis e anónimos sacrificaram-se para construir a bem da felicidade dos que ficassem, entretanto a gangue do poder tomou de assalto e conspirou contra a pátria para que nenhum moçambicano depois deles viesse encontrar qualquer coisa para a sua existência. Danificaram e continuam a desbravar as nossas florestas, comprometendo o ecossistema e capturando para o nosso território tempestades, marinhas para desgraçar o povo e a juventude em especial”.

Indo mais longe, o sempre interventivo Salomão Muchanga insta os jovens a se revoltarem contra o actual modelo de governação, apontando que o empresariado nacional é quem tem tirado proveito das promoções do Executivo para delapidar a economia nacional através das isenções.

“O tal de TSU (Tabela Única Salarial) que muitos jovens afectos ao sector do Estado ficaram convencidos que seria a lufada já há muito esperada, ficou adiada, sem data! Mentiram mais uma vez só para que evitassem a manifestação geral do povo em todos os sectores da economia nacional. E, mais agravante, numa altura em que o TSU dos Jovens funcionários do Estado é adiada o Governo decide promover um Bónus de aceleração económica em claro benefício a um grupo de Empresários que tem estado a tirar proveito das isenções fiscais para delapidar a economia moçambicana sem qualquer responsabilidade social, num contexto em que os pobres pagam mais taxas e impostos e os supostos empresários vivem isentos de pagar quaisquer taxas. A juventude precisa erguer-se e revoltar-se contra este colono, não há TSU, só miseria”.

Nas entrelinhas, Muchanga acusa o Executivo de usar blindados para intimidar com intuito de torna – los apáticos, enquanto “milhares de jovens e mulheres morrem em Cabo-Delgado desprovidos de qualquer protecção ou subsídio condigno…”

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