Assinalou-se este Domingo, 25 de Setembro, a passagem de 58 anos desde o arranque da Luta Armada de Libertação Nacional, data consagrada Dia das Forças Armadas de Moçambique (FADM). Na saudação pela passagem da efeméride, o Presidente da República, Filipe Nyusi, reiterou que as FADM têm a responsabilidade primária de defender a soberania do país, enquanto as chefias militares defendem uma colaboração da população para acabar-se com o terrorismo que afecta as três províncias do Norte do país.
Evidências
Com a chegada das tropas ruandesas e da Missão da África Austral para Moçambique, o país começou a somar êxitos no Teatro Operacional Norte. Contudo, parece que a luta contra os grupos armados que semeiam terror, desde Outubro de 2017, ainda não foi totalmente vencida.
E porque a luta contra o terrorismo é de todos os moçambicanos, e não só, o Chefe do Estado considera que “os moçambicanos depositam a máxima confiança nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique para dar a resposta adequada a todo o tipo de ameaça à paz”.
Discursando à margem da saudação pela passagem do dia das FADM, Filipe Nyusi reiterou que, mesmo com as forças amigas no TON, continua a ser dever dos militares moçambicanos garantir a soberania e integridade do território nacional.
“Devemos estar cientes de que é nas Forças de Defesa moçambicanas onde reside a responsabilidade primária da defesa da pátria. O apoio da força conjunta e local, bem como os outros tipos de apoios que os demais parceiros vêm prestando, são necessários e fazem diferença. Porém, a solução definitiva para os males que nos assolam deve vir da entrega abnegada das forças moçambicanas, num conjunto em que as FADM desempenham um papel primordial”, declarou.
Moçambique recebeu, recentemente, a primeira parte do material que fora prometido pela União Europeia. O Presidente da República garantiu que o país vai, nos próximos dias, receber mais apoios. Contudo, instou aos comandantes a melhor gestão dos equipamentos e recursos doados pelos parceiros de cooperação.
“Todo o equipamento alocado a uma unidade é de responsabilidade do respectivo comandante. Por isso, não podem perder uma arma, um blindado, nem uma viatura, nem que seja por acidente. Não há mau soldado perante um excelente comandante. Se há quem seja mau é porque o comandante trabalha menos, por isso devemos continuar zelosos, com saúde da nossa força”, sustenta.
Militares de diversas especialidades das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) marcaram presença na praça dos heróis, este domingo, para deposição de uma coroa de flores, e na ocasião, as chefias militares vincaram a necessidade da colaboração da população para que o combate ao terrorismo seja um sucesso, ao mesmo tempo que entendem que a modernização é um desafio permanente.
“Continuamos a combater em diferentes frentes, não nos esqueçamos de que, neste momento, o nosso país está a ser alvo de diferentes ataques, não só o terrorismo, mas também a pirataria. Há outro tipo de ameaças no ciberespaço, então as FADM são chamadas a proteger o nosso país destas ameaças”, disse Cristóvão Chume, para sustentar a sua visão de necessidade de modernização tecnológica.
Por seu turno, vincando que a moral combativa está em alta, o Chefe de Estado-maior-general, Joaquim Mangrasse, que lida com questões operativas, destaca a cooperação das populações como sendo fundamental.
“A nossa missão é garantir a segurança das populações, que, por sua vez, nos ajudam a identificar o inimigo. Só depois disso é que entramos em acção. Portanto, a reacção das populações é extraordinária e faltam-me palavras para reconhecer todos aqueles que, no Teatro Operacional Norte, estão a dar apoio às forças para que cumpra a sua missão”, referiu Joaquim Mangrasse.

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