O Governo recorreu aos médicos militares e estudantes de medicina para substituir os médicos que estão em greve desde a segunda-feira (05). A Associação Médica de Moçambique (AMM) adverte que a postura do Governo, para além de colocar em perigo a saúde pública, pode provocar uma greve geral dos médicos antes dos 21 dias anunciados.
A Associação Medica de Moçambique avançou, na terça-feira, 06 de Dezembro, que mais de dois mil médicos aderiram à greve em todo território nacional. Para evitar o colapso do Sistema Nacional de Saúde, o Governo, através Do Ministério da Saúde, recorreu aos médicos militares e estudantes para substituírem os profissionais grevistas.
Entretanto, a AMM, na voz do seu secretario-geral, Napoleão Viola, observa que a postura do Executivo é um atentado à Saúde Pública, uma vez que há situações de estudantes que passam receitas erradas aos pacientes que se fazem aos hospitais e centros de saúde.
“Isto pode incorrer numa situação em que haverá danos específicos contra os doentes, na medida em que estes indivíduos não estão credenciados, não têm competências para poder observar doentes. Vemos situações em que são passadas receitas erradas aos pacientes e isso é um perigo para a saúde pública a nível nacional”, disse Napoleão Viola.
Por outro lado, Viola lançou que a posição tomada pelo Governo pode culminar com a greve geral dos médicos antes de se esgotarem os 21 dias anunciados.
“Havendo situações de violação dos princípios da greve, há espaço para que possamos ir a uma greve total em que todos os serviços não serão garantidos. O Governo, dado que se coloca numa posição em que acha que tem capacidade para continuar a prestar serviços, apesar da greve, vai achar melhores soluções que quiser”, avisou Napoleão Viola.
De referir que, na sua versão dos factos, o ministro da Saúde, Armindo Tiago, declarou que os médicos não cederam nas negociações sobre a Tabela Salarial Única.
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