Quando se caminha a passos largos da quadra festiva os revendedores dos produtos de primeira necessidade pautam pela especulação dos preços nos diversos mercados espalhados pelo país. O Mercado Grossista do Zimpeto, na Cidade de Maputo, não é a excepção. Entretanto, a Administração do Mercado Grossista de Zimpeto isenta os revendedores e atira a culpa aos consumidores.
Texto: Milagrosa Manhique
Passavam das 10 horas quando Margarida Cossa, de 38 anos de idade, chegou ao Mercado e ficou espantada quando soube que o preço sofreu um reajuste de 15 meticais. “Na semana passada, 1kg de cebola custava 65 meticais, expliquei à vendedeira que só tinha 50 meticais e ela aceitou o meu pedido. Contudo, quando cheguei à casa percebi que ao invés das cebolas bonitas que estavam na montra ela me deu cebolas podres. Hoje, vou prestar mais atenção, porque neste mercado, para além de especular os preços, vendem produtos podres”.
Na opinião de Cossa, os revendedores não aprendem com os erros do passado, uma vez que em Janeiro do corrente ano registaram avultados prejuízos por terem especulado os preços dos produtos durante a quadra festiva.
“Todos os anos os revendedores acumulam prejuízos por causa da teimosia. Quando chega a quadra festiva agravam os preços e ninguém compra os produtos. Em Janeiro vamos assistir o mesmo filme de sempre”, declarou.
Na qualidade de porta-voz dos Importadores do Mercado Grossista de Zimpeto, Abílio Marrima, lançou um sério aviso a navegação sobre a possibilidade do actual preço da batata reno ser reajustado nos próximos.
No rol das justificações para reajustar o preço daquele produto, Marrima, que referiu que a direcção do mercado fez esforços para deixar os preços estáveis, falou das chuvas fortes que estão a assolar algumas cidades sul-africanas, visto que o grosso dos camiões que abastece o Mercado Grossista do Zimpeto ainda estão na terra do Rand e produtores sul-africanos pretendem actualizar o preço da batata.
De acordo com a administração do Mercado de Grossista do Zimpeto, a especulação de preços naquele mercado é um dado adquirido, mas em contrapartida transfere a culpa para os consumidores.
“A iniciativa de combater a esse mal deve partir dos consumidores, ao passarem por esse tipo de especulação devem ir a administração para prestar queixa, pois só assim iremos actuar. O vendedor dá um produto que corresponde ao valor pago, ou seja, o bolso é que decide a qualidade do produto”, disse Manuel Faro, representante da Administração do Mercado Grossista de Zimpeto, para depois referir que estão a ser envidados esforços para combater a especulação de preços.
“Estamos a tentar honrar com os preços, dependendo da qualidade do produto, mas existem casos em que os consumidores obrigam a especular os preços”.
Nas entrelinhas, Faro revelou que para combater a especulação dos preços a Administração sensibiliza os vendedores recolhendo os produtos com o objectivo de doar às instituições de caridade.
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