Pemba e Nacala no rol dos portos mais importantes na recepção de drogas na África Austral

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A costa moçambicana continua vulnerável para o tráfico de drogas e de armas. Um recente relatório da Iniciativa Global contra o Crime Organizado Transnacional (GI-TOC) refere que Moçambique continua a ser um dos importantes corredores de trafego de drogas, tendo apontado os portos de Pemba e Nacala no rol dos portos mais importantes na recepção de drogas na África Austral.

Texto: Duarte Sitoe

A Iniciativa Global contra o Crime Organizado Transnacional (GI-TOC) observa que à medida que os mercados globais de cocaína continuam a se expandir, uma nova investigação sugere que os países do leste e sul da África estão receber remessas de drogas muito maiores em relação a América Latina.

O relatório da GI-TOC refere que o Porto de Santos, Brasil, tem sido o ponto de partida e aponta os países da África Oriental e Austral provável destino da droga que sai daquele país da América Latina.

“A maioria das cargas desembarca em estados costeiros como África do Sul, Moçambique, Quênia e Tanzânia, antes de serem transbordados para outros continentes ou seguirem para o interior”, lê-se no relatório.

De acordo com Iniciativa Global contra o Crime Organizado Transnacional, actualmente, os traficantes de cocaína estão despacham remessas regulares e em grande escala para vários países da região Austral, tendo explicado que o transporte ocorre de três formas: nos embarques em contentores, nas embarcações marítimas, como os pesqueiros e nos esquemas de microtráfico da América Latina.

Os Portos de Nacala e Pemba, segundo a GI-TOC, fazem parte do rol dos portos mais importantes na recepção de drogas na África Austral. Dar es Salaam e Zanzibar (Tanzânia), Mombaça (Quênia) e Walvis Bay (Namíbia) são outros portos que são frequentemente usados pelos traficantes para movimentar drogas.

Por outro lado, o relatório refere os navios desembarcam ou entregam drogas “ao longo das costas leste e oeste da África do Sul, na costa norte de Moçambique entre Angoche e Pemba, nas águas costeiras de Zanzibar e Madagascar, na costa queniana de Kilifi a Lamu e nas águas costeiras da Somália -Área marítima do Quênia”.

Na opinião dos pesquisadores da Iniciativa Global contra o Crime Organizado Transnacional, as ligações linguísticas, históricas e de transporte fizeram de Moçambique uma rota importante, especialmente devido à sua proximidade com a África do Sul, o principal centro de distribuição de cocaína da região.

“O país se tornou um nó de trânsito regional para os carregamentos de cocaína da quadrilha do porto de Santos tanto para o mercado regional – particularmente a África do Sul – quanto para a Europa e além”, afirma o relatório

De lembrar que em 2019 o Gabinete das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC) alertou que Moçambique se tornou num corredor de grandes volumes de substâncias ilícitas, principalmente, heroína, tendo defendendo uma maior cooperação internacional para a prevenção desse mal.

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