“Nós não temos paz, não temos sequer a paz do espírito”-  Armando Guebuza

DESTAQUE POLÍTICA

Respondendo a uma questão de jornalistas sobre a avaliação que faz do estágio actual do país, o ex-chefe de Estado de Moçambique, Armando Emílio Guebuza disse, esta sexta-feira (20), que Moçambique não tem paz e que, por via disso, os moçambicanos devem continuar a lutar para o alcance desse desiderato colectivo.

Milagrosa Manhique

Guebuza que falava à margem do simpósio de celebração da sua vida e obra, referiu que mesmo com infra-estruturas modernas, a questão da falta de paz continua a ser um enorme problema no país.

“Nós não temos paz, não temos sequer a paz do espírito”, disse Armando Guebuza, salientando que cabe a cada um dos moçambicanos lutar pela paz.

Lembrando os 10 anos da sua governação, Guebuza reconheceu os desafios enfrentados, mas lembrou que o seu Governo construiu escolas, pontes, hospitais, postos de abastecimento de água e levou a energia eléctrica aonde ela nunca havia chegado.

“Através da política dos sete milhões, fomentamos a participação de todos, a partir do distrito, na economia e no sistema financeiro, porém o edifício maior de todos nós foi o resgate da nossa auto-estima. Regozijamo-nos quando ouvimos o nosso povo recusar um patrão. Não queremos mais donos. Nós somos os donos de nós mesmos”, lembrou.

Homem de um legado inquestionável, com uma contribuição notável nos movimentos cívicos juvenis e de luta na clandestidade, antes de chegar a Dar-Es –Salam, onde se juntou à Frelimo, Guebuza destacou alguns momentos marcantes da sua vida, com destaque para a constituição da Frente de Libertação de Moçambique, Frelimo, em 1962, e o desencadeamento da insurreição armada contra o colonialismo português, em 1964.

“Definimos a nossa luta como um processo revolucionário, prolongado e permanente, que começava por libertar a terra e os homens. Esta foi e continua a ser a missão mais exaltante que a nação delegou à minha geração. Aprendemos que a esperança e o bem-estar de Moçambique e dos moçambicanos, do Rovuma ao Maputo e do Zumbo ao Índico, devem ser a causa e a razão principal do nosso combate”, disse.

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