Um regresso sem glória: Mety Gondola é resgatado para Ensino Técnico e Professional

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  • Gondola foi um incómodo na última sessão do CC

O Presidente da República, Filipe Nyusi, nomeou, através de despacho presidencial, Mety Oreste Gondola para o cargo de Secretário de Estado do Ensino Técnico-Profissional. Gondola retorna quatro meses depois de ter sido colocado em espera, após sua exoneração do cargo de secretário de Estado em Nampula, uma das províncias de destaque a nível político por constituir o maior círculo eleitoral. Sua indicação para o cargo de secretário de Estado do Ensino Técnico-Profissional, em substituição de Agostinho Langa, coincide com os seus pronunciamentos incómodos na última sessão do Comité Central, onde saiu em defesa de Caifadine Manasse, afastado do partido a nível da província da Zambézia por assumir uma postura de intriguista.

Evidências

O cargo de secretário de Estado do Ensino Técnico-Profissional é conotado como simbólico, servindo apenas para acomodações políticas. A julgar pela forma como Gondola chega, depois de uma saída surpresa em Nampula, onde se especula sua relação problemática com o Governador de Nampula, Manuel Rodrigues Alberto, por detrás da sua exoneração, é possível concluir que se trata apenas de uma acomodação com vista a abrandar os ânimos que foram manifestos no decurso da última sessão do Comité Central da Frelimo. Na sua intervenção, Gondola teria manifestado uma certa defesa a Caifadine Manasse, em contínuo isolamento pelo partido.

Gondola ocupa, agora, o cargo que se encontrava vago desde meados de Março, depois de Agostinho Langa o ter deixado para tornar-se o Presidente do Conselho de Administração dos Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM).. Estranho é que só depois de pouco mais de um mês com Gondola em standby é que o Presidente decidiu o nomear.

Gondola esteve em Nampula  como secretario de Estado, durante precisos 3 anos, após ter sido “retirado” da posição de Secretário-Geral da Organização da Juventude Moçambicana (OJM), braço juvenil do partido Frelimo.

Na sua passagem por Nampula, destacou-se pela aproximação da juventude com o poder governativo e pelas rixas com o Conselho Executivo Provincial, numa altura que os Termos de Referência e atribuições de cada um dos governos, neste modelo de governação, ainda era pouco claro e de menos domínio.

Nomeados todos os seus directores de Serviços Provinciais de Representação do Estado, Mety Gondola viu-se obrigado a não fazer tomar posse Pedrito Rocha, para a posição de director do serviço provincial de Infra-Estruturas. Rocha foi o director de campanha do partido Frelimo no maior círculo eleitoral do país, durante as últimas eleições.

Ainda nestes três anos, Mety Gondola destacou-se na procura de soluções para alguns problemas, tal como liderou algumas campanhas para a prevenção da Covid-19, sensibilização de jovens nas comunidades para a não aderência ao movimento terrorista, bem como a melhoria das condições de transitabilidade na província. Estas procuras, algumas delas, ficaram mesmo em procura.

Conhecido nos locais de diversão da periferia como um homem de coluna de som portátil às costas, trajado de calções e camiseta e com a sua segurança “irritada” importunando os cidadãos, Gondola deixa a província de Nampula num ano eleitoral.

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