Mais do que não crescer a agricultura contra transformou-se em Moçambique

DESTAQUE ECONOMIA POLÍTICA SOCIEDADE

Quando a expectativa desde a indepedência em Moçambique era a transformação da agricultura moçambicana, depois de quase 50 anos, o que aconteceu foi exacatamente o oposto. Esta é uma constatação dos investigadores especialistas em economia agrária, João Mosca e Yara Nova.

De acordo com João Mosca aconteceu uma “Contra Transformação” com os principais indicadores-chave a declinar.

Mosca, falava agora há puco em Maputo no lançamento do livro “A contra transformação agrária em Moçambique”.

O livro “A contra transformação agrária em Moçambique” revela que, ao longo de décadas, a evolução do sector agrário não sofreu um processo de transformação estrutural no sentido clássico, não contribuindo igualmente para a reestruturação da economia e da sociedade.

Atestam esta conclusão, o facto da maioria dos indicadores do sector agrário e da economia apresentarem evoluções contrárias às que caracterizam a transformação estrutural e o desenvolvimento com crescimento estável de longo prazo, crescentemente mais competitivo no contexto da economia globalizada, equitativo social e espacialmente e ambientalmente sustentável.

Por exemplo, “fazendo uma comparação de 1970 com o ano de 2015, podemos notar que a área trabalhada pelos pequenos produtores baixou, a área trabalhada pelos médios produtores baixou e a área trabalhada pelos grandes produtores também baixou”, referiu João Mosca.

De acordo com o investigador, a contra transformação constatada neste trabalho resulta de instituições e políticas públicas incoerentes e instáveis, mercados distorcidos, escassez e utilização ineficiente de recursos para o investimento privado e realização das funções económicas e sociais do Estado, baixa modernização do tecido produtivo, secundarização do sector agrário e dos pequenos produtores que produzem a quase totalidade dos bens alimentares, exploração predadora de recursos naturais, agravamento da incidência e dos efeitos dos choques climáticos, desindustrialização e crescente incapacidade de satisfação das necessidades básicas dos cidadãos.

Facebook Comments

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *