- Varíola de Macaco: ainda não há motivo de alarme
O Ministério da Saúde (MISAU) garantiu que o país ainda não registou nenhum caso da varíola dos macacos, também designada por “Mpox”, recentemente declarada pela Organização Mundial da Saúde como emergência de saúde no continente, por essa razão não há ainda necessidade de declaração de estado de emergência nacional. Entretanto, manifestou preocupação em relação à ocorrência significativa de sarampo e cólera em alguns pontos do país.
Elísio Nuvunga
Com base no aumento do número de casos em Àfrica, óbitos, alastramento geográfico e surgimento de nova variante do vírus, o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (África CDC) declarou no dia 13 de Agosto de 2024 a Mpox (varíola de macacos) como uma Emergência de Saúde Pública para a Segurança Continental.
Apesar desta situação, o Estado moçambicano não declarou estado de emergência pelo facto de até agora não ter sido acusado nenhum caso da doença, apesar de países vizinhos como África do Sul já terem reportado ocorrências. No entanto, o MISAU assegura que há condições para travar o vírus.
“Em Moçambique, não temos casos actualmente, não declaramos uma emergência, porém elevamos o nível de alerta, para permitir realizar acções de prevenção e preparação”, disse Quinhas Fernandes, director Nacional de Saúde Pública.
Quinhas assegurou também que há pelo menos duas vacinas licenciadas em alguns países, porém ainda não são recomendadas campanhas em massa, sendo por isso destinadas para grupos de risco, como “pessoas imuno-comprometidas e profissionais de saúde”, por exemplo.
Enquanto o pior não se aproxima, o Ministério Saúde diz estar a elaborar o plano de prontidão e resposta para, em casos de possível ocorrência no País, fortalecer a capacidade laboratorial para testagem, acções de comunicação de risco entre várias medidas.
De Janeiro de 2023 até agora, foram registados em África 537 óbitos em resultado dos 15 600 casos da Mpox, por Quinhas reitera a dobrar as vias de precaução.
“Temos que evitar o contacto físico com pessoas infectadas pela Mpox, ou as suspeitas. Temos que garantir que as pessoas que cuidam dos pacientes tomem todo o cuidado para que não tenham um contacto directo. É preciso evitar um contacto com os animais que eventualmente estejam contaminados e desinfectar todas as superfícies que tenham entrado em contacto com algum fluido de um paciente infectado”.
Segundo o director nacional de Saúde Pública, o país está preparado para responder ao diagnóstico da doença, em caso de suspeitas.
A Mpox é endémica em 11 países da África Ocidental e Central, nomeadamente, República Democrática do Congo, Camarões, República Centro Africana, Benin, Gabão, Ghana, Costa do Marfim, Libéria, Nigéria, Serra Leoa e Sudão do Sul.
De acordo com Quinhas Fernades, neste momento a maior preocupação de saúde pública é o sarampo e cólera. Foram registados 238 casos de sarampo, de 09 de Julho a 14 de Agosto, que levaram à morte de 18 pessoas em Cabo Delgado.
A eclosão do surto do Sarampo em Cabo Delgado e Niassa deve-se, em parte, à fraca vacinação contra a doença, onde mais de 48% dos infectados não foram abrangidos pelo processo. De todos os casos notificados em Cabo Delgado, acima de 90% foram em menores de 15 anos e cerca de metade (48%), ocorreram em crianças sem vacinação para o Sarampo.
No que respeita à cólera, desde 01 de Outubro de 2023 a 15 de Agosto do presente ano, o país registou um total de 16.544 casos de cólera, 38 óbitos (taxa de letalidade de 0.2%). Com excepção de Maputo Cidade, Gaza e Inhambane, todas as outras províncias registaram casos da doença.
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