Felisberto S. Botão
A campanha eleitoral terminou, e amanhã vamos votar. Não me envolvo muito em opiniões sobre o processo eleitoral, o dito exercício democrático, porque infelizmente este não é nosso processo. A democracia é controlada da europa, e cada um dos nossos candidatos têm que prestar contas lá. Não é por acaso que os principais candidatos tiveram que ir a europa antes de iniciar a campanha a sério, e não é por acaso que a união europeia manda um exército de observadores para o processo. Nenhum dos candidatos está preparado para reclamar a independência real, e cortar as imposições vergonhosas como os fardos de roupa usada, sementes geneticamente modificadas, ONGs, sistema de educação desestruturante, sistemas fiscal e financeiro que desalavancam a economia, entre outras.
Na verdade, enquanto os nossos candidatos continuarem ancorados ao sistema ocidental, nada o que prometeram vão poder realizar, pois é tecnicamente impossível, pelo facto de estarmos a operar sobre uma plataforma que não foi desenhada para viabilizar soluções para Moçambique, mas sim para viabilizar as necessidades económicas e da geopolítica do ocidente.
O ocidente é um poder vazio neste momento, de poder só ficou o nome. O sistema ocidental está em decadência, ele já amadureceu, e como o Fred Jossias diz, “já não há nada“.
Infelizmente os nossos candidatos, como a maioria da liderança africana, têm medo da história, o chicote ainda perturba o nosso espírito e o nosso sono, ainda que isso seja resultado do poder de persuasão que o ocidente ainda mantem. Em termos reais, o poder deles depende de nós mesmos…
Assim como a religião foi capturada, a democracia também o foi. Gente do mal está a aplicar um sistema que não sei qual é o nome, e dão o nome “democracia”, como forma de burlar as massas, por ser o que toda gente anceia como modelo social. Mas o que assistimos em todo mundo, que é o consenso da classe política, de democracia só tem a capa.
A classe política quis destronar as monarquias, mas precisava da ajuda do povo. Para isso, através da propaganda, conseguiu legitimar o golpe de estado, e dispersar a riqueza que estava concentrada na monarquia, para um grupo alargado da classe política. Mas para o povo, continua a não haver nada, pelo contrário, a situação do povo piorou, pois, enquanto na monarquia a classe dominante deixava as pessoas cuidarem das suas vidas, na democracia, o sistema emprisiona as pessoas em forma de ditaduras de organização social. Este modelo iniciou no ocidente, e com as independências foi imposto para África, pois não tínhamos muita alternativa para sermos integrados nas instituições internacionais existentes. Era a condição “sine qua non” para viabilizar o neocolonialismo.
O povo deve estudar política para perceber os contornos, e encontrar formas de lutar. Os políticos se acomodam e se protegem globalmente.
As eleições são apenas para fazer “lavagem de poder“, para comprar legitimidade, mas a decisão de quem assume o poder, acontece nas lutas de grupos de pressão, e ganha quem melhor joga as pedras de manipulação de massas, atracção de capital para comprar lealdades, alianças com outros grupos internacionais, etc. Isso é que define quem vai assumir o poder, em Moçambique e em toda parte do mundo.
O povo tem que desaprender a narrativa democrática actual, assim como as narrativas religiosa e social, para se libertar e impor novas formas de organização social, ou seja, a real democracia, dentro de um estabelecimento social baseado nas tradições e na espiritualidade africana.
Daí eu ter decidido trazer a discussão o conceito dos “modelos de pensamento”, que é a forma como nós materializamos as mudanças nas nossas vidas e no mundo a nossa volta.
O que você precisa saber é que para que a materialização aconteça, uma preparação prévia é necessária, e certos requisitos devem ser observados, sempre alinhados com a criação. Para começar, a sua declaração de intenção, é o condimento que une o pensamento e a emoção, para gerar vibração. A sua declaração, a sua palavra, a sua voz, estão carregadas de muita energia de transformação, energia poderosa.
É importante esclarecer que o exercício do pensamento, que leva o seu pedido ao universo, pode acontecer pelo menos de três formas, que vamos chamar de modelo de pensamento, sendo um mental, que se baseia no exercício intelectual, outro físico, que se baseia na associação da energia de elementos físicos naturais, com rituais e declarações, e por fim o espiritual, que se baseia na intersecção dos espíritos ancestrais, onde você faz as declarações ajoelhado perante eles, numa conversa íntima.
Você pode adoptar um ou recorrer a todos eles, dependendo das circunstâncias e o alinhamento das suas energias.
Modelo Mental
Modelo adoptado pelos ocidentais e orientais, e muito partilhado nos livros que podemos encontrar em várias livrarias pelo mundo. Exige muita maturidade mental, disciplina e uma capacidade de concentração muito grande, incapaz de se distrair pelos eventos a sua volta.
O silêncio, a meditação e a imaginação, são as ferramentas usadas, com as técnicas apropriadas para materializar as mudanças que queremos fazer acontecer.
Modelo Físico
Envolve o conhecimento do poder dos elementos da natureza (óleos, pedras, raízes, ovo, cebola, limão, arroz, cereais diversos, etc.). Os elementos naturais possuem uma energia potencial dentro deles, que vibra numa determinada frequência. Um conhecimento específico permite saber como activar a energia dos elementos naturais e fazer o uso da mesma, como um amplificador da energia do seu pensamento e declarações, para que facilmente sejam absorvidos pelo universo.
Este modelo é mais comum na África e noutras comunidades mais espirituais, como partes da Ásia e partes da América Latina. Por exemplo, fazer a declaração de dinheiro, como “quero prosperidade na minha casa …”, enquanto segue um ritual com grãos de arroz, gera resultados, porque o arroz é um grão com muita energia próspera, devido a sua aceitação universal. Ou ainda, fazer a declaração de roptura de tendência, como “quero quebrar o ódio por mim da pessoa …”, enquanto segue um ritual com um ovo, gera resultados, porque o ovo contém energia de uma vida nova, de roptura de um estado existente para um novo.
Modelo Espiritual
O modelo espiritual é a essência do africano. Este modelo exige um preparo prévio de abertura de canais de comunicação com os seus ancestrais. Aqui, os espíritos ancestrais é que são os meios de amplificação da energia dos seus pensamentos e das suas declarações. É o modelo mais efectivo, pois os ancestrais são espíritos, e eles já tem acesso ao que acontece no mundo espiritual.
Se os seus pedidos estiverem desalinhados com a natureza ou com a realidade ou mesmo se existir algum obstáculo objectivo que impeça a realização do seu pedido, onde a remoção deste obstáculo exige uma acção física, a sua no caso, você terá o retorno da comunicação com indicações de como seguir, através de visões, de sonhos, ou inspiração espontânea.
O modelo de pensamento espiritual é a grande vantagem competitiva que o africano tem, em relação aos outros povos, mas que a adopção de modelos de outros povos pelos africanos, impede-lhes de tomar posse e prosperar abundantemente.
O mundo tem conspirado para que africano continue nesta realidade desviada, oferecendo vários objectos de distração, que o africano se apega tanto, tais como a religião armadilhada, o modelo de civilização ocidental, a academia vazia, a moda e o entretenimento, e não consegue largar, devido ao apego emocional da manipulação mental sofrida, e o faz acreditar que aqueles modelos são melhores que os seus.
O pior da alienação do africano é defender aqueles modelos como se fossem seus, com toda a ferocidade, sem saber que o faz fora da sua plena consciência, tanta é a manipulação mental.
O africano, para a sua prosperidade, só precisa largar os objectos de distração oferecidos pelo mundo, essencialmente o ocidental, e já está.
Seja qual for a sua opção do modelo de pensamento, para materializar aquilo que você quer, através da energia de transformação do pensamento, use isso para mudar paradigmas. O paradigma actual enquadra-nos numa matriz pré-estabelecida por terceiros, onde temos a liberdade de acção, mas desde que seja dentro dos limites da mesma, quais peixinhos num aquário.
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