Em resposta a carta aberta de Venâncio Mondlane, o presidente do PODEMOS, Albino Forquilha, garantiu que vai cumprir na integra o acordo rubricado com o candidato presidencial em Agosto do ano passado. No entanto, Forquilha, que declarou que VM violou o acordo de confidencialidade após tornar público o documento assinado por ambos em Agosto de 2023, reiterou, por outro lado, que os 43 deputados eleitos nas Eleições Legislativas de Outubro último vão tomar posse no dia 13 do corrente mês de Janeiro
No entender de Albino Forquilha, a tomada de posse dos deputados eleitos pelo partido por si dirigido não viola o acordo rubricado com Venâncio Mondlane, tendo referido que o PODEMOS vai continuar a lutar pela verdade eleitoral em outros moldes.
“Como disse no passado o PODEMOS não está a controlar as instituições que administram o processo eleitoral, por conseguinte não podia roubar algum voto. Então, os nossos membros foram os legítimos eleitos e eles devem sim tomar posse. Estamos numa outra etapa em temos que pensar os préstimos que podemos dar ao povo moçambicano enquanto deputados eleitos nos termos da Constituição da República de Moçambique. Com isso quero dizer que a nossa luta pela democracia e pela verdade eleitoral não vai parar, vai continuar, mas em outros moldes”, declarou Forquilha para depois lembrar que mesmo Venâncio Mondlane tomou posse como deputado nas eleições todas como fraudulentas.
“As nossas eleições desde 1994 foram sempre reclamadas. Não tivemos eleições em que não houve protesto de fraude eleitoral e mesmo com as reclamações em todas as eleições que tivemos os deputados eleitos sempre tomaram posse incluindo o Venâncio Mondlane nas eleições que foram tidas como fraudulentas”
Na carta aberta que enviou ao presidente do PODEMOS VM questionou ao mesmo se vai cumprir com algumas cláusulas constantes do Acordo Político Coligatório, celebrado em Manhiça a 21 de Agosto de 2024. Embora tenha declarado que não recebeu a missiva em alusão, Albino Forquilha garantiu que o partido por si dirigido vai cumprir na integra todas as clausulas, mas adverte que Mondlane violou o acordo de confidencialidade.
“Nós somos muito fieis aos nossos compromissos. Não ser porque ele (Venâncio Mondlane) questiona porque aquilo que esta no acordo nos temos que cumprir. Não podemos ser politicamente um partido que aspira chegar ao Governo e governar o pais e que depois quebra os acordos. Este acordo com Venâncio Mondlane nos termos que está colocado nos vamos cumprir sim mesmo que tivesse a rescisão do acordo. O VM sabe muito bem que este acordo tem uma clausula de confidencialidade, foi também a pedido dele. Agora nos interrogamos quando se coloca este acordo ao publico, pensamos que isto é uma violação do próprio acordo, o acordo não é com os outros, é entre o PODEMOS e o Venâncio”
Por outro lado, Albino Forquilha reconheceu o desalinhamento com Venâncio Mondlane, reiterando que o PODEMOS, ao invés de protestos nas ruas e avenidas, pretende usar outros mecanismos para lutar pela democracia e, sobretudo, pela verdade eleitoral
“Em termos de objectivos de governação, em termos de valores de governação estamos juntos com Venâncio Mondlane, mas divergimos efectivamente na estratégia de luta. Isto deve ficar claro. Enquanto o Venâncio acha que efectivamente deve continuar com os protestos, entendemos que há outros mecanismos como este que estava a referir depois da validação dos resultados”, declarou.
Nas entrelinhas, Forquilha denunciou uma cultura de extremismo no seu dos apoiantes do candidato presidencial que foi suportado pelo PODEMOS.
“O PODEMOS luta para povo, não lutamos para Venâncio Mondlane. Não compreendo esses que dizem que o PODEMOS traiu o Venâncio. Nos últimos dias percebemos que há uma espécie de algum radicalismo ou extremismo dos apoiantes de Venâncio Mondlane. Estou a receber inúmeras mensagens de insultos a minha família, este tipo de cultura não é cultura partidária do PODEMOS. Recebo um metical de segundo em segundo, dizem que este dinheiro é para devolver o dinheiro que você recebeu, portando, se recebi dinheiro estão a comprar a minha consciência para que não pense por mim, pense por eles”.
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