O país dará um passo significativo no combate ao extremismo violento e na promoção do desenvolvimento socioeconómico com o desembolso de 12 milhões de dólares pelo Fundo Global para o Envolvimento e Resiliência da Comunidade (GCERF). A assinatura dos contractos de financiamento ocorreu em uma cerimónia oficial, reunindo representantes do governo, sociedade civil e parceiros internacionais. O GCERF, que já investiu 4 milhões de dólares na primeira fase do projecto, amplia agora os recursos destinados a organizações da sociedade civil que atuam nas províncias de Cabo Delgado, Niassa e Nampula.
A nova etapa do financiamento garantirá que mais 6 organizações da sociedade civil recebam aproximadamente 1 milhão de dólares cada, fortalecendo suas iniciativas de resiliência comunitária e prevenção do extremismo.
Desde a assinatura do memorando de entendimento entre o governo moçambicano e o GCERF, em 2023, foram alocados 2,5 milhões de dólares para apoiar três consórcios de 11 organizações da sociedade civil, operando em nove distritos das províncias de Cabo Delgado, Niassa e Nampula. Devido ao sucesso da iniciativa, o investimento foi ampliado para 4 milhões de dólares, beneficiando um total de 14 organizações locais.
Em seu discurso, Ana Hunt, representante do GCERF para a África, destacou a importância do investimento na estabilidade e no fortalecimento social da região. “ Nosso investimento se centra em enriquecer a coesão social e aumentar as oportunidades socioeconómicas para jovens, especialmente mulheres, no Norte de Moçambique. Este financiamento não é apenas um repasse de recursos, mas um investimento directo na paz e no futuro das comunidades afectadas pelo terrorismo”, afirmou.
O financiamento está alinhado com o Programa de Resiliência Integrada e Desenvolvimento do Norte de Moçambique (PRADIN) e o Plano de Reconstrução de Cabo Delgado (PRCD). Os recursos serão utilizados para: empoderamento econômico de mulheres e jovens; criação de oportunidades de emprego e empreendedorismo; reabilitação de infra-estruturas destruídas pelo terrorismo e fortalecimento da coesão social e da segurança comunitária.
Segundo Jacinto Loureiro, Presidente da Agência para o Desenvolvimento Integrado do Norte (ADIN), os resultados do investimento já são visíveis. “Temos visto uma melhoria significativa nas condições de vida da população. Jovens e mulheres estão iniciando seus negócios e fortalecendo suas actividades econômicas, o que contribui para reduzir a vulnerabilidade ao recrutamento por grupos extremistas”, disse Loureiro.
O projecto faz parte de um amplo conjunto de iniciativas voltadas para a reconstrução e estabilização da região Norte de Moçambique. O governo e seus parceiros internacionais reforçam que a coordenação eficiente entre todas as partes envolvidas é essencial para maximizar o impacto dos investimentos.
Com este novo aporte de 12 milhões de dólares, espera-se um avanço significativo na resposta aos desafios impostos pelo terrorismo e na construção de um futuro mais seguro e próspero para as comunidades afectadas.

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