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Na sequência do atentado contra o seu assessor Joel Amaral, conhecido nos meandros políticos por MC Trufafa, na Cidade Quelimane, o ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane ameaçou, nesta segunda-feira, 14 de Abril, convocar protestos 100 vezes piores que os anteriores, com denominação Turbo V24 Ultra, se a perseguição política aos seus apoiantes continuar. O ataque acontece apenas um mês depois do simbólico aperto de mãos entre o Presidente da República, Daniel Chapo, e Venâncio Mondlane, e o facto de ter a marca e a assinatura dos “esquadrões da morte” faz surgir rumores sobre a possibilidade de o Chefe do Estado estar a ser vítima de sabotagem por parte dos sectores radicais do seu próprio partido.
Conhecido como um dos apoiantes de ex-candidato presidencial, Venâncio Mondlane, que se celebrizou com um “hino” de campanha “Trufafá Trufafá é Renamo que está a passar” em 2023, posteriormente adaptado para apoiar o então candidato presidencial do PODEMOS, Joel Amaral foi, na tarde deste domingo, baleado no bairro de Coluane 2º, na cidade de Quelimane, província da Zambézia.
Amaral foi atingido por três tiros, dois nos membros inferiores e um na cabeça. Após o incidente, foi levado imediatamente para o hospital local e, posteriormente, transferido para o Hospital Central de Quelimane, onde permanece sob cuidados intensivos. Informações médicas indicam que o músico e activista político está fora de perigo
“A lesão simplesmente esteve ao nível do couro cabeludo. Ele foi dirigido ao bloco operatório onde foi feita uma limpeza exaustiva, profunda e não foi encontrada nenhuma presença de bala”, disse hoje Palmira Nascimento, porta-voz do Hospital Central de Quelimane, onde a vítima está internada.
Nesta segunda-feira, os munícipes de Quelimane juntaram-se às ruas para marchar em repúdio, sob a liderança de Venâncio Mondlane, o qual escalou aquele ponto do País horas depois do sucedido e logo pela manhã visitou o seu apoiante.
Mondlane não escondeu a sua indignação perante a perseguição de que os seus apoiantes têm sido alvo nos últimos meses, tendo ameaçado retomar as manifestações e accionar o Turbo V24 Ultra, fase 100 vezes pior que os protestos anteriores.
“Queremos avisar ao Presidente, que foi colocado pela Unidade de Intervenção Rápida, que esta é a última chance que tem. A próxima vítima que eles tentarem fazer, nós vamos accionar o Turbo V24 ultra. Estamos à espera de mais um ferido ou um morto. Aquilo que viram até hoje vai ser 100 vezes pior”, declarou Mondlane para o gáudio dos milhares de pessoas que marcaram presença no comício em Quelimane.
VM não tem dúvidas de que o atentado contra Joel Amaral é mais um caso de “intolerância política” a que se assiste em Moçambique, tendo revelado que já perdeu mais de 47 membros da sua equipa.
“Da nossa organização, tiraram a vida de um total de 47 coordenadores nossos, apresentámos queixa à Procuradoria e até agora a justiça não foi feita”, declarou Mondlane, reforçando que após o encontro com Daniel Chapo tinha recebido garantias de que “a perseguição, as mortes e os sequestros iriam parar”.
Refira-se que o Presidente da Republica, Daniel Chapo, classificou o atentado contra Joel Amaral como uma afronta à democracia e pediu uma investigação cabal.
“Recebemos, com profunda preocupação, a notícia do baleamento do músico e político Joel Amaral. Este acto de violência gratuita não é apenas um ataque contra um cidadão que contribui com o seu saber e dedicação ao nosso país, mas também uma afronta à democracia e aos princípios do Estado de direito, que todos devemos proteger”, lê-se no comunicado da Presidência da Republica
Daniel Chapo acrescentou que “não podemos, nunca, permitir que exista lugar ao medo em Moçambique. O condenável acto que seja cabalmente esclarecido pelas autoridades competentes e que se faça valer a lei” pois “Só em paz e em segurança podemos trabalhar e desenvolver o nosso país”, concluiu PR

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