Mimbire diz que ANAMOLA tem tudo para dar certo e alerta para não se envolver em “clientelismo”

DESTAQUE POLÍTICA
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A jornalista e activista social, Fátima Mimbire, considera que a recém-criada Aliança Nacional para um Moçambique Livre e Autónomo (ANAMOLA) tem condições para se afirmar como um partido de massas, mas alerta que a sua sobrevivência e crescimento dependerão da forma como lida com riscos como infiltrações, clientelismo e falta de alinhamento interno.

Segundo Mimbire, a grande vantagem do novo partido reside no movimento que esteve na base da sua fundação, construído ao longo dos últimos dois anos. Para a activista, isso confere ao ANAMOLA uma forte ligação com os cidadãos e uma capacidade de mobilização popular diferente dos partidos tradicionais.

“O ANAMOLA tem tudo para ser um partido de massas. Um partido de massas significa envolver cidadãos que não estão lá apenas por interesses individuais ou promessas de futuro, mas pela ideia de que podem ser parte de um movimento que transforma o país e, consequentemente, as suas vidas”, explicou.

Mimbire sublinha ainda que partidos como a RENAMO e o MDM, em determinados momentos, tiveram potencial para se tornarem movimentos de massas, mas falharam na gestão dessa oportunidade. No caso da RENAMO, o apoio jovem conquistado acabou por não ser capitalizado, enquanto o MDM caiu devido à presença de figuras não-alinhadas com os seus ideais.

Entre os riscos para o ANAMOLA, Mimbire aponta a possibilidade de infiltrações e a entrada de dissidentes de outros partidos que possam fragilizar a coesão interna. Para ela, será fundamental criar mecanismos de gestão que evitem que o partido se fragmente antes de consolidar a sua agenda política.

Outro desafio destacado é o clientelismo, que classifica como o “grande cancro dos partidos políticos em Moçambique”. Na sua visão, o ANAMOLA só conseguirá diferenciar-se se rejeitar práticas clientelistas e apostar numa lógica de contribuição cidadã baseada na capacidade e compromisso de cada membro.

A activista defende também que o partido deve devolver aos moçambicanos o sentimento de pertença ao país, estimulando não apenas a reivindicação de direitos, mas também a assunção de deveres: “As pessoas perderam o sentimento de pertença e acreditam que tudo se resolverá de forma mágica. Precisamos de alguém que construa utopias”, concluiu.

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