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- Quem vai pagar a factura da descarga e recarregamento de contentores?
- Os 111 contentores são da Safi-Timber, que recentemente denunciou tentativa de extorsão
- Porto da Beira viveu momentos de agitação, com equipas multisectoriais despachadas de Maputo
A denúncia sobre a alegada existência de madeira em toro em 111 contentores pertencentes à empresa Safi-Timber, prestes a serem exportados do Porto da Beira para a China, revelou-se infundada. Após dois dias de verificação minuciosa, não foram encontrados toros, mas apenas madeira serrada em peças. Os custos da operação, incluindo os prejuízos para a empresa que viu o seu navio ser impedido de zarpar são estimados em mais de 100 mil dólares.
Evidências
Apesar do desfecho, o Departamento Nacional de Florestas (DNF) em Sofala garante que as investigações vão prosseguir, agora centradas na legalidade do processo de exportação e na análise da documentação da empresa.
A operação de reverificação decorreu entre quinta e sexta-feira, após uma denúncia anónima que mobilizou equipas governamentais deslocadas de Maputo para a Beira. O descarregamento e inspecção de cada um dos 111 contentores não confirmou as suspeitas de tentativa de exportação ilegal.
“A possibilidade de existência de toros dentro dos contentores, conforme podemos ver, está, a priori, descartada. E vamos dar continuidade ao nosso trabalho, que vai incidir, agora, numa outra etapa, sobre a questão da análise do processo de exportação em si, sobre a sua legalidade. E, também, da confrontação da documentação que está em nossa posse”, explicou Arsénio Chelengo, chefe do DNF em Sofala, em declarações à imprensa.
O processo, contudo, já gerou custos elevados. Só a movimentação dos contentores, que se encontravam dentro de um navio prestes a partir, poderá atingir cerca de 100 mil dólares. Além disso, há receios de danos reputacionais para o Porto da Beira e para a gestora Cornelder de Moçambique.
Ainda não está decidido quem assumirá os encargos financeiros da operação. Segundo Chelengo, essa questão dependerá do resultado final da investigação documental.
Quanto ao destino da carga, o responsável esclareceu que “não está em causa, por agora, a saída ou permanência da madeira, mas sim o resultado do processo de verificação”, que ditará os próximos passos.
Os representantes da Safi-Timber, presentes durante todo o processo, optaram por não se pronunciar, afirmando que apenas reagirão após a divulgação do relatório final pelo Ministério da Agricultura.



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