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O sociólogo e jornalista Filimone Meigos considerou que a informação em Moçambique perdeu qualidade, dando espaço à “imbecilidade” e ao crescimento do “qualquerismo” nos meios de comunicação social.
“Em Moçambique, o qualquerismo ganhou novos palcos. Para além do WhatsApp, Instagram e Facebook, as televisões abriram espaços para comentadores enciclopédicos, qualqueristas, que falam de tudo: economia, justiça, saúde, política internacional, muitas vezes e quase sempre sem conhecimento da causa. Basta pôr gravata e pode falar de tudo”, afirmou.
Meigos falava durante o segundo simpósio de comunicação, informação e artes, realizado na Universidade Eduardo Mondlane (UEM), sob o lema “50 anos de independência de Moçambique: avanços e retrocessos na comunicação, informação e artes”.
O académico acusou ainda o Estado de apoiar a chamada indústria cultural e criativa apenas com interesse financeiro, sem preocupação com a preservação da unidade nacional e da memória colectiva.
“O próprio Estado, que preconiza essa coisa de indústria cultural e criativa, só quer ganhar dinheiro. Qualquer pessoa pode ganhar dinheiro. Mas, se não entrar a unidade nacional e a memória colectiva, tudo ficará esbatido. Logo, não há nação, logo não há nada”, advertiu.
Meigos criticou também as frequentes reestruturações no sector da cultura, alegando que estas não reflectem a pluralidade necessária: “aqueles que não entendem a cultura passaram para educação. Aqueles que estavam na educação passaram cultura. Não queremos isso no nosso país”, concluiu.

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