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Em sua primeira aparição na 80ª Sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas em Nova Iorque, o Presidente da República de Moçambique, Daniel Francisco Chapo, fez um discurso contundente defendendo o fortalecimento do multilateralismo e a reforma do Conselho de Segurança da ONU. O chefe de Estado sublinhou a necessidade de uma maior representação de África no órgão, propondo a atribuição de dois assentos permanentes para o continente.
Comemorando o cinquentenário da independência de Moçambique e os 80 anos da ONU, o Presidente Chapo apelou a uma acção conjunta para enfrentar desafios globais, como conflitos, crise climática e desigualdades. Ele destacou a fragilidade do multilateralismo e o crescente sentimento de impunidade no mundo, alertando que a promessa de paz da Carta da ONU ainda não foi cumprida.
O presidente também abordou a questão da justiça climática, referindo-se a uma decisão histórica do Tribunal Internacional de Justiça que obriga os Estados a protegerem o clima. Para Moçambique, um país sem “responsabilidades históricas pela crise climática, mas que está entre os mais atingidos”, esta decisão é um “apelo à solidariedade global e à acção imediata”, defendeu.
Sobre o tema das novas tecnologias, o Presidente Chapo reconheceu as oportunidades oferecidas pela Inteligência Artificial (IA), mas também alertou para os riscos de exclusão e militarização. Ele defendeu uma diplomacia tecnológica e climática para regular os riscos e democratizar os benefícios por meio da transferência de conhecimento e tecnologia.

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